Grupo São Martinho cria “operadora de celular” no campo e digitaliza suas fazendas
24-08-2017

Gráfico Monitoramento das operações em tempo real. Fonte: Divulgação São Martinho
Gráfico Monitoramento das operações em tempo real. Fonte: Divulgação São Martinho

Projeto, em fase de implantação, visa a transmissão de dados em tempo real do campo para o escritório para agilizar as tomadas de decisão

Leonardo Ruiz

A maioria dos produtores rurais brasileiros já chegou a era digital. Diariamente, utilizam seus smartphones, tablets e notebooks para acessar a internet e tratar de assuntos pessoais e profissionais. Entretanto, eles nem sempre conseguem usar esta e outras ferramentas para incrementar a produção de suas áreas. O principal problema é a falta de infraestrutura de comunicação no campo. Pesquisas apontam que o Brasil é apenas o 30º colocado no ranking de conectividade rural. A primeira posição pertence aos Estados Unidos.

Mas, um projeto do Grupo São Martinho, um dos maiores produtores de cana, açúcar e etanol do mundo, pretende colocar um fim às dificuldades de comunicação no campo. A ideia, de acordo com o gestor de inovação da Empresa, Walter Maccheroni, é montar uma “operadora de celular” no campo a fim de transformar os canaviais da companhia em fazendas digitais. “Hoje, as informações são trazidas por meios de cartões de memória que, muitas vezes, chegam com 72 horas de atraso. Nesse meio tempo, a máquina já quebrou e não há mais incentivos para entender o que aconteceu. Apenas contabilizamos os prejuízos e seguimos em frente.”

O projeto, que vem sendo desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem o objetivo de criar uma rede superpotente para a São Martinho, que trabalhará numa frequência exclusiva. “As torres de celular possuem baixo alcance, de cerca de 5km. Mas, para uma usina, isso é pouco, pois precisaríamos de centenas de torres para conectar nossos 135 mil hectares. Portanto, está sendo criada uma tecnologia de longo alcance, em que, por meio dela, conseguiremos atingir uma cobertura total de nossa área agrícola com poucas torres.”

Maccheroni explica que, no momento em que todos os canaviais estiverem ao alcance das torres e conectados entre si, a coleta de dados, por meio de telemetria, ocorrerá de forma rápida e simplificada. “A ideia é coletar todos os tipos de dados possíveis do campo, como de tratores, de estações meteorológicas, de armadilhas, de sensores de barragem, de canais de vinhaça e de colaboradores. Já pensamos até mesmo em colocar sensores nas canas para saber se elas estão maduras ou se tombaram. Ideias não faltam.”

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