Grupo Ultra mantém expectativa de melhora de resultados em 2019
20-05-2019

 

Os resultados do primeiro trimestre ficaram aquém do esperado, mas a Ultrapar conseguiu sustentar a trajetória de recuperação da geração de caixa e manteve a expectativa de crescimento do desempenho operacional em 2019, de acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, André Pires. "O desempenho operacional ainda está abaixo dos níveis históricos, mas estamos comprometidos com as medidas para manter a solidez financeira e o foco na alocação de capital", disse, em teleconferência com analistas.

Os números também ficaram abaixo do esperado pelos analistas, e as ações da companhia acabaram refletindo a frustração com os resultados e a expectativa mais pessimista para a economia doméstica, que tem forte correlação com o portfólio de negócios do Ultra. No fim do dia, os papéis ON de Ultrapar estavam cotados a R$ 20,24, com queda de 4,48%.

Para a distribuidora de combustíveis Ipiranga, maior negócio do grupo, o aumento dos preços internacionais do petróleo e derivados e a revisão das estimativas para o crescimento econômico impõem desafios a uma recuperação mais acelerada.

Ainda assim, para este ano, a companhia manteve a expectativa de crescimento dos volumes acima do Produto Interno Bruto (PIB) e de recuperação do resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em relação a 2018. No primeiro trimestre, o Ebitda da Ipiranga caiu 8%, para R$ 538 milhões, sem considerar determinados ajustes. O volume total, porém, cresceu 2% na comparação anual, para 5,6 milhões de metros cúbicos, com destaque para o crescimento de 3% no ciclo Otto (gasolina e etanol).

Na Oxiteno, a expectativa é de recuperação do volume de vendas no segundo trimestre, embora as margens sigam afetadas pela queda dos preços das commodities no mercado internacional - o aumento da oferta tem pressionado as cotações de diferentes petroquímicos globalmente. "Devemos ter volume de vendas maior no segundo trimestre, mas as margens seguem pressionadas nas commodities. Deve haver melhora sequencial nos resultados, mas abaixo do segundo trimestre de 2018", disse. O braço de especialidades químicas do grupo encerrou o trimestre com Ebitda de R$ 34 milhões, baixa de 33% na comparação anual.

Para a Ultragaz, por sua vez, a expectativa é de retomada gradual da trajetória de "crescimento moderado" ao longo do ano, uma vez que a restrição de oferta por causa de paradas em refinarias da Petrobras no primeiro trimestre já foi superada. De acordo com Pires, para a Ultracargo, a previsão é de manutenção da dinâmica de mercado vista no primeiro trimestre, com trajetória similar em 2019. A empresa já havia provisionado R$ 15 milhões relativos ao termo de ajustamento de conduta (TAC) de R$ 67,5 milhões, assinado quarta-feira com o Ministério Público para compensar impactos do incêndio no Porto de Santos (SP), e a diferença de valor será provisionada no trimestre em curso.

Na Extrafarma, seguiu o executivo, o ambiente de competição no varejo farmacêutico se mantém e não há expectativa de alteração significativa nesse cenário no curto prazo. "Mas isso deve ser compensado nos próximos trimestres pela maturação do faturamento e reajuste dos medicamentos", disse.

Valor Econômico