Guarani avalia seca, mas deve elevar moagem de cana em 14/15
08-05-2014

O tempo seco nos primeiros meses deste ano já comprometeu 5 por cento da produtividade da cana recém-colhida pela sucroalcooleira Guarani na temporada 2014/15, mas a companhia controlada pelo grupo francês Tereos ainda acredita que poderá ter uma moagem superior à registrada no ciclo anterior.
O diretor presidente da Guarani, Alberto Pedrosa, disse a jornalistas durante evento promovido pela empresa que a companhia ainda não fez uma reavaliação do tamanho da safra em função da seca, pois está aguardando atingir ao menos seis semanas de moagem para ter um cenário mais claro sobre o impacto da severa estiagem dos primeiros meses do ano.
"Isso vai acontecer mais no final de maio, para que possamos fazer reavaliação da safra, mas seguramente nós vamos moer mais que no ano passado", disse ele.
No início de abril, antes de iniciar os trabalhos, a Guarani divulgou nota dizendo estar confiante em alcançar um novo recorde na moagem de cana em 14/15, apesar da seca, em meio a investimentos realizados.
Entretanto, na avaliação do diretor agrícola da Guarani, Jaime Stupiello, a queda na produtividade verificada no início da safra pode se agravar se o padrão climático seco de abril persistir em maio.
"Maio é um mês muito importante para a definição de safra, quando não se tem chuva em maio tem uma possibilidade muito alta de ter uma seca e comprometer o terço médio final da safra", disse o executivo à Reuters em intervalo do evento em São Paulo.
Por outro lado, a companhia, que iniciou a moagem há três semanas aproximadamente, tem visto os trabalhos de colheita avançarem rapidamente em função deste clima mais seco.
A Guarani, um dos grandes grupos sucroalcooleiros do país, ainda não divulgou sua estimativa para a moagem na atual safra.
A empresa, que também tem como acionista a Petrobras, moeu na safra anterior 19,7 milhões de toneladas de cana, com produtividade agrícola de 92 toneladas por hectare.
A Petrobras detém fatia de 39,6 por cento na Guarani por meio de sua divisão de biocombustíveis (Pbio), enquanto a Tereos responde pela participação restante.
O diretor presidente da Guarani disse ainda que as sete unidades da companhia moem atualmente cerca de 100 mil toneladas por dia, ou cerca de 10 por cento a menos do que a capacidade diária da companhia.
Segundo ele, após os investimentos na área industrial, a capacidade aumentou nos últimos três anos em 20 por cento, para atingir as atuais 23 milhões de toneladas.
O grupo também aumentou sua capacidade de produção de energia em 50 por cento.
(Por Fabíola Gomes)