Impasse sobre luz segura R$ 4,4 bi em investimentos no NE
10-10-2014

Sete empresas baseadas no Nordeste estão segurando R$ 4,4 bilhões em investimentos por impasse na renovação de contratos de energia com a Chesf, geradora da Eletrobras que atua na região.

As companhias são Vale, Braskem, Gerdau, Dow Química, Ferbasa, Paranapanema e Caraíba.

Segundo a Abrace, associação que reúne empresas com grande consumo de energia, elas interromperam investimentos e a produção começa a ser afetada. Sem uma definição, as empresas deixaram de fechar novos negócios.

As companhias possuem um contrato atípico. Elas são consumidores cativos, mas de uma geradora. Normalmente, os cativos são clientes das distribuidoras.

Para renovar os contratos, de R$ 110 por megawatt-hora, valor baixo para os padrões atuais, as companhias dependem da aprovação do Ministério de Minas e Energia e da Presidência.

A Folha revelou em junho que foi fechado um acordo entre os senadores que defendem a renovação dos contratos com o ministério. Porém, com a aproximação das eleições, as emendas que tornariam possível a renovação, incluídas em medidas provisórias, caducaram sem votação no Congresso.

Por outro lado, a Presidência pensa em dar outro destino aos 800 MW consumidos por hora por essas empresas: abastecer as distribuidoras com energia barata e ajudar a reduzir as tarifas.

O volume de energia consumido pelas companhias é cerca de 10% de toda a demanda do Nordeste.

No entanto, Leontina Pinto, da Engenho Consultoria, afirma que o efeito de disponibilizar toda essa energia para as distribuidoras pode ser o oposto do desejado.

Estudo feito por ela mostra que, caso as empresas se tornem clientes das distribuidoras locais, as tarifas de energia em Alagoas, Bahia e Pernambuco podem subir até 12% em média.

Isso acontece porque o volume disponível será repartido entre todas as distribuidoras do Nordeste e não somente para as três que atenderiam as companhias.

Machado da Costa