Integração Energética
05-12-2014

A integração energética é uma prática extremamente comum nas usinas de açúcar e etanol

*Tercio Dalla Vecchia – CEO da Reunion Engenharia

Uma usina antiga, sem exportação de energia, usava um sistema simples de integração energética, mesmo porque energia era um bem barato (bagaço) e com disponibilidade maior do que as necessidades. O bagaço era algumas vezes um grande problema para as usinas. Algumas colocavam água fria nas caldeiras para consumir o bagaço excedente, outras entregavam bagaço gratuito ou até pagavam para o bagaço ser retirado.
A caldeira gerava vapor de média pressão (21 kgf/cm2) a 270/300ºC. Este vapor alimentava as turbinas do Turbo Gerador, do preparo de cana e das moendas. O vapor de escape era utilizado extensivamente em todos os processos de aquecimento da usina, ou seja, aquecimentos, evaporação, fábrica de açúcar, destilação e desidratação. O gerador era suficiente para gerar a energia elétrica suficiente para a usina. Algumas até compravam energia da rede para complementar suas necessidades.
As correntes quentes eliminadas pela usina eram os condensados excedentes (que não voltavam para a caldeira), o vapor do multijato que era absorvido pela água de resfriamento, a vinhaça e, eventualmente, excesso de vapor de escape ou vegetal!!! O excesso de vapor era comum, principalmente em destilarias autônomas, devido a baixíssima eficiência das turbinas em geral.
Com isso, uma usina consumia 550 até 600 kg/vapor de processo. Se a fibra da cana estava baixa e não havia bagaço suficiente, colocava-se uma dezena de trabalhadores alimentando, manualmente, as fornalhas das caldeiras com lenha.
Apesar desse esquema ser ineficiente do ponto de vista energético, ainda é muito utilizado em usinas que não se modernizaram. Aliás, algumas com retorno financeiro bem melhor do que usinas que acreditaram nos planos do governo, cujos investimentos provaram não serem rentáveis e que sofrem amargurados sobre lindas caldeiras cobertas por brilhantes camadas de alumínio!
O bagaço era tão barato em relação ao óleo combustível que houve uma febre, principalmente de processadoras de laranja para transformar suas caldeiras em caldeiras de bagaço. As que fizeram, ganharam bom dinheiro durante algum tempo.
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