Leilão de Energia A-5: “ainda não foi dessa vez”
04-05-2015

Foram contratados três projetos de geração de energia a biomassa no Leilão de Energia A-5, sendo dois de bagaço de cana


O Leilão de Geração de Energia A-5, realizado na última quinta-feira, 30 de abril, resultou na contratação de quatorze projetos de geração de energia elétrica, com capacidade instalada total de 1.973,4 megawatts (MW) de potência. A energia irá suprir a demanda projetada de 26 concessionárias de distribuição de energia elétrica para o ano de 2020.
Realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em São Paulo, o Leilão contratou 457,7 MW em treze projetos a partir de fontes renováveis, equivalentes a 23% da potência total negociada no leilão e sendo contratada a um preço médio de R$ 205,47/MWh.
Desses, dez projetos são de aproveitamentos hidrelétricos, somando 346,3 MW contratados a R$ 183,66/MWh. Outros três projetos contratados são usinas termelétricas a biomassa, somando 111,4 MW, contratadas a R$ 272,52/MWh.
Os dois projetos contratados que utilizam bagaço de cana são da Usina Codora (Goiás) e da Usina Santa Vitória (Minas Gerais). O terceiro projeto de biomassa utiliza cavaco de madeira e será instalado na Bahia.
Foi contratado ainda um projeto termelétrico a partir de gás natural em ciclo combinado, somando 1.515,6 MW e 77% da potência total, negociado ao preço de R$ 279,00/MWh. A usina termelétrica a gás natural será instalada no Sergipe.
Após a realização do certame, o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, destacou como ponto importante do leilão o realismo da significativa oferta que está sendo realizada, e a comprovação do interesse dos investidores na expansão da geração.

BIOMASSA
Para Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), em linhas gerais o leilão regulado de energia tem mostrado um avanço no sentido de que, a partir de 2013, separou a energia da biomassa da energia eólica, e tem apresentado elevação do preço-teto continuamente. “Esperamos que continue nessa diretriz, reconhecendo as externalidades da biomassa”, diz.
Apesar disso, segundo ele, ainda não foi no Leilão A-5, realizado no dia 30 de abril, que os projetos retrofit puderam entrar, de forma consolidada, nos certames regulados. “No entanto, é importante que esse processo de melhora do preço continue e não haja retrocesso.”
Mas qual seria o preço-teto ideal para a biomassa de cana-de-açúcar, capaz inclusive de estimular os projetos retrofit? Para Zilmar, não é simples responder a essa pergunta, uma vez que o setor é bastante heterogêneo, e cada unidade tem sua realidade.
De acordo com ele, o resultado do Leilão A-5 da semana passada não foi frustrante, já que os projetos já são cadastrados anteriormente e havia poucos projetos de biomassa cadastrados. “Porém, o mais importante é que a política voltada à biomassa nos próximos leilões seja mantida e continue sendo aprimorada, para que possamos ter o estímulo do aproveitamento da palha, dos projetos retrofit.”
Uma próxima oportunidade para a biomassa de cana-de-açúcar participar dos leilões de energia será o dia 24 de julho deste ano, quando ocorre o Leilão A-3. “Para a biomassa, é um leilão interessante porque este setor consegue colocar em pé um projeto novo em menos de três anos”, diz Zilmar.

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