Compartilhe:

Liberação de Cotesia flavipes e como ela parasita a broca-da-cana

Uma vespinha, com o nome científico de Cotesia flavipes, é liberada nos canaviais por meio de copinhos espalhados no campo ou lançadas por drones

 Luciana Paiva

Nos canaviais, a vespinha mira encontrar um furinho nos entrenós da cana que a conduza para o interior da planta, onde se deparará com a temida broca-da-cana-de-açúcar, considerada a maior praga dos canaviais e que responde pelo nome científico de Diatraea saccharalis.

Essa lagarta fura a cana e interfere em seu crescimento, alterando inclusive a produção de açúcares. Além de abrir caminho para infecções por vírus, bactérias e fungos causadores de doenças vegetais. Como ela permanece dentro da cana, as pulverizações aéreas surtem pouco efeito e apenas os inseticidas sistêmicos (aplicados no solo e absorvidos pelas raízes) funcionam.

A vespinha, que é fêmea, ao encontrar a lagarta, introduz suas antenas parasitando-a com cerca de 65 ovos. Após três a quatro dias ocorre a eclosão das larvas da vespinha, que para se desenvolverem se alimentarão da larva da broca, que terá seu ciclo de vida interrompido. Essa ação livra o canavial de grandes perdas, já que a lavoura de cana com apenas 1% dos colmos atacados pela broca-da-cana, pode perder cerca de 35 quilos de açúcar e 30 litros de álcool por hectare.

O controle biológico acontece espontaneamente na natureza ou pode ser incrementado pela ciência, como acontece com a Cotesia - sua produção é realizada em larga escala em laboratórios e depois a vespinha é liberada nos canaviais. Nesse caso, é chamado de controle biológico aplicado. O setor sucroenergético brasileiro realiza o maior controle biológico do mundo.

As imagens desse vídeo foram cedidas por Sonildo Ricardo da Silva, Coordenador de Qualidade Agrícola da Usina Vale Verde, unidade do Grupo Farias localizada em Baía Formosa, RN