Lucro líquido da Bunge cai 70% no 2º trimestre
31-07-2015

A Bunge, gigante norte-americana do agronegócio, divulgou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 86 milhões (US$ 0,50 por ação) no segundo trimestre de 2015, uma retração de 70,13% na comparação com igual intervalo do ano passado, quando a companhia reportou lucro de US$ 288 milhões. A receita apresentou queda de 35,79%, para US$ 10,782 bilhões. A queda foi mais acentuada do que o esperado por analistas do mercado.

O executivo-chefe (CEO) da Bunge, Soren Schroder, afirmou que "as condições no segundo trimestre foram mais desafiadoras do que antecipávamos. No agronegócio, enfrentamos margens de lucros fracas, lento ritmo de vendas de agricultores fora do Brasil e dificuldades no comércio e distribuição".
No segmento de alimentos e ingredientes, o executivo lembrou que as margens de lucros e os volumes de vendas foram pressionados, em especial no Brasil, na divisão de óleos alimentares. No segmento de agronegócio, a receita da Bunge caiu 39,75%, para US$ 7,744 bilhões. Já o lucro antes de juros e impostos foi de US$ 164 milhões, queda de 47,16% na comparação com o segundo trimestre de 2014.
No intervalo, a receita da divisão de óleos alimentares caiu 20,72%, para US$ 1,667 bilhão. O segmento registrou prejuízo de US$ 6 milhões, ante lucro de US$ 46 milhões em igual período do ano passado. No segmento de açúcar e bioenergia, a Bunge registrou prejuízo de US$ 12 milhões, ante lucro de US$ 6 milhões no segundo trimestre de 2014. A receita recuou 25,71%, para US$ 881 milhões.
Para o segundo semestre do ano, Schroder espera que a demanda por óleo e farelo de soja permaneça alta, o que deve impulsionar os resultados do processamento da oleaginosa. "No Brasil, a safrinha de milho é volumosa e os preços locais atualmente estão incentivando a venda por parte dos agricultores", avaliou. A recente desvalorização do real ante o dólar impulsionou as vendas, tanto de soja quanto de milho, relatou a companhia. Enquanto isso, na América do Norte, dada a condição atual das lavouras, os estoques devem ser amplos, "levando ao aumento do uso dos ativos e expansão do comércio global".