Lula admite que há dificuldades no setor sucroenergético
25-07-2014

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta quarta-feira, 23, que o setor sucroenergético passa por dificuldades no atual governo da presidente Dilma Rousseff e cobrou uma solução estratégica para a crise. ´É preciso pensar setor de açúcar e álcool de maneira estratégica, pois temos de ter clareza que podemos estar passando por uma dificuldade no setor´, afirmou ele durante inauguração de uma unidade do Grupo Tereos, um dos maiores produtores de açúcar e etanol no País.

Lula evitou criticas incisivas à contestada política para o setor do governo Dilma, que tirou a competitividade do etanol por meio do controle do preço da gasolina. O ex-presidente lembrou que o setor sucroalcooleiro já atravessou vários momentos difíceis, principalmente até o início dos anos 2000, quando não havia demanda pelo etanol.

O ex-presidente, que irá comandar a campanha à reeleição de Dilma, citou o que ele classificou como ´uma revolução no setor sucroenergético´, feita durante o seu governo, com o financiamento de dezenas de usinas para ampliar a oferta de etanol e o incentivo aos veículos flex, o que criou a demanda para o combustível de cana-de-açúcar.

Ao lado do hoje presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e seu ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, Lula lembrou que ambos rebateram as críticas de países ricos à produção de etanol. ´O Roberto estava comigo quando na FAO pedimos para eles tirarem o dedo sujo de óleo do Brasil. Os países ricos queriam ainda abandonar metas de mistura, possivelmente com medo que Brasil e países africanos pudessem se a base dessa nova matriz´, disse. ´Cabe a todos nós levantarmos a discussão e recuperarmos a performance do Brasil´, concluiu.