Mais etanol de milho no Brasil
22-02-2018

A produção de etanol de milho dá sinal de que será uma tendência no país. E como fica o etanol de cana?

Leonardo Ruiz e Luciana Paiva

Até há pouco tempo, produzir etanol com o milho era coisa de americano. No Brasil, a matéria-prima do etanol era a cana-de-açúcar e o nosso país era o maior produtor de etanol do mundo. A partir de 2006 o Brasil foi superado pelos Estados Unidos que assumiram a primeira colocação. Em 2000, os EUA produziam 6 bilhões de litros por ano; em 2016 atingiram 58,15 bilhões de litros.
No mesmo período, o Brasil foi de 10,6 bilhões de litros de etanol para a produção, em 2016, de 30,42 bilhões de litros.Sendo que, 97% do etanol americano é proveniente do milho. Um terço desse cereal cultivado nos Estados Unidos é destinado para a produção de etanol. São 120 milhões de toneladas, mais do que as safras do Brasil, da Argentina e do México juntas.

Mas, a produção de etanol com o milhocomeça a ganhar terreno no Brasil, até mesmo, tradicionais unidades sucroenergéticas, como a CerradinhoBio, anunciam o investimento em plantas para a produção de etanol a partir do milho.
Relatório apresentado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), no início de fevereiro, mostra que dos 67,46 milhões de litros de etanol fabricadosna segunda quinzena de janeiro de 2018, o milho respondeu por 60% do total produzido, foram39,20 milhões de litros, com praticamente todo esse montante referente ao etanolhidratado (37,52 milhões de litros).Já no acumulado desde o início da safra 2017/2018 até 1º de fevereiro, o volume do renovável fabricado a partir do milho totalizou 391,85 milhões de litros (322,07 milhões de litros de etanol hidratado e 69,79 milhões de litros de etanol anidro), volume 130% superior ao valor registrado em igual data do ciclo 2016/2017.Ricardo Tomczyk, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), informa que aprevisão é que nos próximos três ou quatro anos, o volume de produção de etanol de milho no Brasil alcance entre 3 a 4 bilhões de litros, ou até mais.

A perspectiva de avanço é tão grande que, em setembro de 2017, foi criada a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM). Seu presidente, Ricardo Tomczyk, conta que as indústrias que operam com milho perceberam que havia uma lacuna de representatividade, principalmente porque a indústria de etanol de milho não produz apenas etanol, produz também DDG no mesmo processo. “Precisava ter uma organização dessa cadeia, que é nova e que tende a crescer rapidamente. Além disso, envolve vários setores, é uma cadeia longa e ela envolve desde o produtor de milho, a indústria como um todo, consumidor tanto do etanol, quanto do DDG ou do óleo de milho. Então é uma cadeia mais extensa do que a da cana e ela precisava se organizar para que o crescimento fosse ordenado. Para que pudéssemos atrair os investimentos da maneira correta e para os lugares corretos.”

Veja matéria completa na editoria Capa, na edição 51 da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.