Mais mulheres no universo dos produtores de cana
23-03-2017

“Trabalho muito e estou muito feliz com isso”, diz Neide
“Trabalho muito e estou muito feliz com isso”, diz Neide

Seja no campo, na gestão do negócio, ou nas entidades de classe, a presença feminina ganha espaço entre os produtores de cana

 

Dizem que a lavoura canavieira é atividade para grandes produtores, mas não é bem assim, tanto que dos 16 mil produtores de cana representados pela Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA), quase 90% são considerados pequenos e médios.

Também dizem que, diferentemente de outras culturas ou da pecuaria, as mulheres pouco participam do negócio canavieiro. Para muitos, a explicação para a menor presença de produtoras de cana, se deve ao fato de arrendarem as terras para as usinas, o que as afastam da gestão da propriedade.

Mas pequeno produtor tem pouca terra para arrendar para a usina, aí, muitas vezes o jeito de se manter na atividade é trazer a mulher para ajudar a tocar o negócio. Neide Masccari Araújo, produtora de cana de Tarumã, SP e fornecedora da Usina Nova América, unidade da Raízen, tem uma propriedade de cinco alqueires, mas também administra, junto com o marido, uma fazenda de 140 alqueires, é uma área da Nova América.

“Sou tratorista. Ajudo no plantio de cana ou soja, na aplicação de defensivo, no cultivo da cana. Todo serviço feito na lavoura, estou sempre presente. Eu gosto de estar no campo. Faço braçal também se precisar. E quero sempre aprender mais, vou a muitos eventos do setor para conhecer as novas tecnologias”, conta Neide.

Ela nasceu na roça, na Fazenda Bavária. E toda a sua vida foi no campo, sempre trabalhando pesado. “Trabalhei desde pequena na fazenda. Aí conseguimos comprar nosso pedaço de terra. Fico debaixo do sol. É onde eu gosto. Nunca quis tentar a vida na cidade e não me arrependo. Para mim é muito bom. Gosto de trator e de trabalhar na roça.”

Neide diz que mulher pilotando trator não é muito comum. Mas a situação a levou a isso. “Meu marido foi me ensinando. No começo era difícil, mas hoje trabalho dentro de um John Deere, com ar condicionado e até som. Quer coisa melhor? Na cidade não tem um conforto desse. Trabalho e estou muito feliz com isso. Sempre me esforcei. E trabalhamos em família. Sou eu, meu esposo e meu filho. Tenho outro filho que trabalha na Usina e, depois do turno, ele vem nos ajudar.””

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