Matriz energética colombiana pode se expandir com a biomassa da cana-de-açúcar
15-10-2015

Reduzir a geração térmica de carvão, explorar a biomassa de cana-de-açúcar como fonte de energia renovável e ampliar as linhas de transmissão são diretrizes que potencializam as oportunidades de negócio


Uma das vantagens que a Colômbia tem é que sua matriz energética é 70% renovável, basicamente hidráulica, mas pouco explorada no que diz respeito a biomassa de cana-de-açúcar. No mundo todo o meio ambiente faz parte do desenvolvimento econômico, a Colômbia não é exceção, pois possui riquezas naturais e está situada em uma posição, geograficamente, privilegiada que pode ser fonte de projetos de geração de energias sustentáveis.

Com potencial para cogerar eletricidade a partir do bagaço da cana, das 15 usinas (ou Engenhos) existentes, 12 já fazem cogeração e cinco possuem destilarias no mesmo complexo. Juntas, produzem 25 milhões de toneladas de cana; 2,4 milhões de toneladas de açúcar e 400 milhões de litros de etanol anidro por ano.

São competitivas e buscam alternativas para contribuir com o aumento da produção de combustíveis renováveis? “Nem tanto”, disse o diretor técnico e engenheiro da Reunion Engenharia, Jorge Luiz Scaff, ao se referir que o país enxerga, preferencialmente, a cana para produzir açúcar e deixam de lado o potencial em gerar mais etanol e, principalmente, mais energia elétrica através da biomassa.

Antenada nas soluções inovadoras em médio e longo prazo, a Reunion Engenharia acompanha a tendência mundial dos próximos cinco anos e vislumbra um viés tendencioso para a Colômbia em diminuir a quantidade de combustíveis fósseis (o carvão, no caso da Colômbia) por renováveis, encarar a biomassa como combustível limpo, aumentar a porcentagem de etanol na gasolina e transformar todas as plantas em Centrais Energéticas.

Adequar a produção e diversificar produtos - este é o caminho para o país se tornar uma indústria da cana, no ponto de vista de Jorge Scaff. “Trocar os atuais subsídios dados ao setor focado no açúcar por subsídios focados a fomentar o etanol e a biomassa e, assim, agregar valor à produção da cana-de-açúcar. Isto com certeza refletirá nos preços do açúcar no médio e longo prazo, já que justificam a necessidade de uso de subsídios governamentais por serem tomadores de preços e não formadores de preços do açúcar”, declarou Scaff ao avaliar que o preço de venda do açúcar atualmente no mercado internacional é quase a metade do custo de produção deles.

Apesar de o mercado mundial de açúcar estar no viés de preços baixos, as usinas locais dependem de subsídios para comercializarem seus produtos e têm um quadro grande de colaboradores (diferente do Brasil que utiliza 1/3 de pessoas para um mesmo tamanho de planta industrial). “É um setor côncavo que possui uma quantidade alta de equipamentos e com um corpo interno exclusivo para pequenos projetos. O diferencial é que moem o ano todo, pois têm um regime de chuva espaçado”, disse.

Exportação de energia - Em setembro, Scaff esteve no Congresso Tecnicaña, em Cali, para apresentar uma palestra técnica cujo tema foi ‘Comparação da exportação de energia e custo de implantação e diferentes pressões e temperaturas de vapor’. Este trabalho teve como objetivo verificar qual a pressão e temperatura do vapor do conjunto caldeira / turbogerador que possui melhor custo benefício para a implantação de central termoelétrica a bagaço de cana.

“Estamos praticando no Brasil as opções de pressão e temperatura (42 bar, 67 bar, 100 bar sem ciclo e 100 bar com ciclo). Apresentei aos participantes a alternativa que possui o menor USD investido em equipamentos principais por MW exportado e as opções 67 bar e 100 bar sem ciclo foram as que possuem melhor custo/benefício hoje no Brasil”, disse Scaff.

A matriz energética colombiana usa somente 0,47% da sua matriz em biomassa de cana-de-açúcar e possui um enorme potencial para se expandir usando a biomassa como fonte renovável. “O país tem 72 MW de potência instalada e com possibilidade de levantar esta geração para 300 MW rapidamente. Como referência, o Brasil conta com 7,5% da sua capacidade instalada suprida por biomassa de cana-de-açúcar.

Em síntese, há um universo grande na Colômbia. Existem muitas possibilidades de atuação, melhorias em termos de soluções tecnológicas por meio de projetos especializados de engenharia e aceitação de mão-de-obra estrangeira.

Sobre a Reunion Engenharia
Com 22 anos de experiência, a empresa possui sede em Santana de Parnaíba e filial em Ribeirão Preto, SP. A Reunion Engenharia se destaca pelo número de projetos já realizados, principalmente, no setor sucroenergético, pela busca da redução dos impactos ambientais, priorizando a segurança e pelas ações estratégicas em prol do setor. Entre os Projetos de usinas de açúcar, etanol e indústrias de outros segmentos já implantadas, somam mais de 500 trabalhos em quase todos os Estados do Brasil e, também, em outros países como Alemanha, Austrália, Áustria, Bolívia, Cuba, Estados Unidos, Filipinas, Ilha da Madeira, Índia e Peru.