Mercado de etanol fecha junho em queda em São Paulo, mas setor projeta alta com E30
18-07-2025

Indicadores do Cepea mostram recuo nos preços e no volume comercializado

O mês de junho de 2025 foi marcado por oscilações no mercado de etanol em São Paulo, segundo análise do Cepea/Esalq. Apesar da leve recuperação nas cotações na segunda quinzena, o balanço do mês registrou queda nos preços e no volume comercializado, tanto do etanol hidratado quanto do anidro. No entanto, o anúncio da elevação da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% a partir de agosto trouxe otimismo ao setor.

O Indicador CEPEA/ESALQ apontou que o preço médio do etanol hidratado em junho foi de R$ 2,5652/litro, uma retração de 4,57% em relação ao mês anterior. Já o etanol anidro teve média de R$ 2,8927/litro, com queda de 5,64%. Na comparação com junho de 2024, os valores permaneceram praticamente estáveis, considerando a inflação.

O volume negociado também caiu: -16,1% para o hidratado e -13,1% para o anidro, reflexo do avanço da safra, da maior oferta do produto e da redução no preço da gasolina no início do mês, o que pressionou os valores do biocombustível.

No dia 25 de junho, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% — o chamado E30 — com vigência a partir de 1º de agosto de 2025. A medida gerou expectativa positiva entre produtores e usinas, que apostam em aumento da demanda e melhores margens para a próxima safra.

Nordeste enfrenta escassez e depende de outras regiões

Enquanto São Paulo vê ajustes de mercado, o cenário é mais delicado no Nordeste. Com estoques praticamente zerados, a maioria das usinas dos estados de Alagoas e Pernambuco segue inativa ou com produção reduzida. O estado da Paraíba, com poucas unidades operando, registrou o preço do etanol anidro a R$ 3,4348/litro (alta de 2,04%), e o do hidratado a R$ 2,9851/litro (queda de 1,90%).

A região segue dependendo da importação do produto de estados como Mato Grosso, Goiás, Maranhão e Bahia, enquanto aguarda o início da próxima safra.