‘Metade do etanol comercializado na Bahia é sonegada’, diz presidente do Sindicombustíveis
28-08-2019

Walter Tannus alertou sobre perigo da privatização da Refinaria Landulpho Alves. Foto : Marcelo Camargo / Agência Brasil
Walter Tannus alertou sobre perigo da privatização da Refinaria Landulpho Alves. Foto : Marcelo Camargo / Agência Brasil

Walter Tannus alertou sobre perigo da privatização da Refinaria Landulpho Alves.

O presidente do Sindicato de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus, afirmou, à Rádio Metrópole, nesta segunda-feira (26), que “50% do etanol comercializado no estado é sonegado”. Em entrevista ao Jornal da Cidade – II Edição, Tannus ainda criticou o resultado da primeira etapa da Operação Posto Legal, divulgado na terça-feira (20), na sede da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), em Salvador.

As irregularidades mais encontradas nos estabelecimentos foram: equipamentos danificados, emissão irregular de nota fiscal, vazamentos nas bombas, além de produtos vencidos. Além do Procon, participaram da operação o Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro) e o Departamento de Polícia Técnica, com o apoio da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e das polícias Civil e Militar.

“Procon, ANP, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria da Fazenda não encontra nada de relevante. 50% do etanol comercializado no estado da Bahia é sonegado. Esse dado não é meu, é oficial. Cabe as autoridades fiscalizarem. A fiscalização do Procon foi perfumaria. Equipamentos mecânicos estão sujeitos a oscilações. O que foi feito para sociedade que pagou para essa força tarefa ir a campo? Você espera algo no mínimo relevante, e não vê nada”.

Na oportunidade, Tannus avaliou a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada na cidade de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador. “Nós temos um risco muito grande. Visam tirar esse mercado da mão do governo, do público e passar para o privado. Isso pode cair na mão de apenas um grupo econômico. A Bahia vai ficar refém de apenas na mão de um grupo de empresários. […] Todo monopólio traz concentração, quando você tem concentração, você manda no mercado, você controla o preço. A Bahia não tem um porto que possa receber grandes navios, só vai chegar navios com baixo volume que não dá para atender o estado”.

Além da Bahia, o que é produzido pela empresa atende a Sergipe, localidades nas regiões Norte e Nordeste do país, além de Argentina, Estados Unidos (EUA) e países da Europa. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), só em 2018, foram 77 milhões de barris dos 31 produtos diferentes produzidos pela unidade. A Petrobras alega que a empresa não dá mais lucro. Dados apontam que a produção da refinaria teve queda de 70% nos últimos 5 anos.

 

Voz da Bahia