Minas Gerais tem quebra de 3,2%, mas 1 milhão de toneladas de cana fica no campo
22-01-2015

A safra 2014/2015 de cana-de-açúcar já está acabando e não deixará saudades. Mas esta não é uma avaliação apenas do produtor de cana do Estado de São Paulo. Também em Minas Gerais o período foi marcado por um comportamento climático atípico. 

Segundo Mário Campos, superintendente da SIAMIG, as regiões Oeste, Central e da Zona da Mata foram as mais afetadas pela seca. “Nestas áreas, a quebra de produtividade chegou a ser maior do que 20% em algumas usinas”, cuja causa foi principalmente a forte estiagem que assolou a região.
Já no Triângulo Mineiro – maior produtor sucroenergético de MG -, a seca prejudicou a produtividade, mas os efeitos não foram tão avassaladores.
Na safra 2013/14, a safra mineira registrou 61 milhões de toneladas de cana. A estimativa para o ciclo 2014/15 era de processar 59,5 milhões de toneladas. Na contabilidade final, foram moídas cerca de 58,5 milhões de toneladas e provavelmente ficou 1 milhão de toneladas ainda no campo. “Diminuiu a moagem de uma safra para outra, consequência da estiagem no ano de 2014”, diz Rodrigo Piau, engenheiro agrônomo e coordenador Agrícola da CanaCampo (Associação dos Fornecedores de Cana de Campo Florido). “Os meses de janeiro e fevereiro de 2014 tiveram o menor índice pluviométrico dos últimos 15 anos na nossa região”, comenta Piau. No período, a quebra no Estado de Minas Gerais foi de 3,2%.
A cana que não foi colhida no ano passado (cana bisada) em Minas Gerais e será processada no início da próxima safra deve-se a um final de ano chuvoso, principalmente na região do Triângulo Mineiro. “Muitas usinas encerraram mais cedo a moagem em relação ao programado devido às chuvas”, diz Mário.
No Triângulo Mineiro, houve um aumento da área de cana colhida na safra 2014/15. “Isso fez com que nossa safra não caísse tanto. Caiu efetivamente porque tivemos fechamento de duas unidades. Se estas usinas tivessem moído na sua capacidade, teríamos tido uma safra parecida com a do ano passado”, calcula Mário.
De acordo com o superintendente da SIAMIG, Minas Gerais já tem um total de oito usinas com operações paralisadas. “E é possível que novas fechem as portas neste ano porque a situação continua crítica”, embora ele acredite que o cenário não esteja tão ruim como no ano passado. Pelo menos é o que se espera.