MME publica relatório final sobre a mistura B15 para motores e veículos
04-03-2019

O Ministério de Minas e Energia publica hoje (01/03), relatório contendo os resultados dos testes para a adição do percentual de 15%, denominado B15, de biodiesel ao óleo diesel, em motores e veículos, para comercialização em todo o território nacional. O Relatório de Consolidação dos Testes e Ensaios para Validação da Utilização de Biodiesel B15 em Motores e Veículos faz parte da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, e foi concluído após três anos de elaboração por órgãos e entidades da iniciativa pública e privada, concretizando um importante passo para o desenvolvimento do biodiesel e das tecnologias automotivas no Brasil.

Instituída em 2016, a Lei n°13.263 estabeleceu as metas para a progressão da adição de biodiesel ao óleo diesel, com previsão de alcançar até a mistura B15. No ano passado, foram concluídos os testes e ensaios para a mistura B10, com relatório de aprovação publicado em abril daquele ano. Com foco no consumidor final do combustível e nos próprios usuários de veículos movidos a diesel, a lei vinculou a progressão do biodiesel a testes e ensaios em motores que validem sua utilização em maiores percentuais.

De acordo com o relatório, todas as empresas fabricantes de peças, motores, sistemas e veículos que julgaram necessário testar o B10 e o B15, assim o fizeram. A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) foi fundamental nessa concertação de esforços, coordenando o desenho da programação de testes a serem realizados. As várias empresas que executaram os testes, associadas à Anfavea, ao Sindipeças ou à Abimaq, apresentaram seus respectivos relatórios individuais, com os resultados obtidos segundo a metodologia que adotaram.

O relatório mostra que algumas empresas obtiveram resultados positivos e confirmaram a viabilidade das misturas B15 ou até mesmo B20. Outras, no entanto, relataram a obtenção de resultados negativos em relação à mistura B15. No caso da Anfavea especificamente, que representa várias empresas do setor, a conclusão é pela não recomendação, no momento, do aumento do teor de biodiesel no óleo diesel comercial. Os motivos apresentados pela Anfavea envolvem impacto ambiental, segurança do usuário e custo operacional. A associação, de acordo com seu relatório de testes, considera que o aumento do teor de biodiesel no óleo diesel para 15% deve ser precedido de alterações na especificação do combustível, que garantam o aumento da estabilidade do mesmo, pois, ao que tudo indica, esta foi a principal causa para a formação dos depósitos em filtros e injetores, com consequências no desempenho dos veículos e aumento na periodicidade da troca de óleo e filtros.

O relatório mostra que alguns pontos que ainda ficaram em aberto após os testes serão avaliados, considerando que o biodiesel, utilizado em mistura com o diesel, forma, hoje, o combustível mais consumido no país e é responsável direto pela grande parcela do transporte coletivo de passageiros e cargas no Brasil. O principal deles, apontado pela maioria dos relatórios individuais apresentados, é a definição do parâmetro de estabilidade à oxidação para a mistura de biodiesel/diesel.

O RenovaBio, desde a sua criação, busca estimular, através de metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa, a produção de biocombustíveis como o etanol, o biodiesel, o biogás, o biometano e o bioquerosene.

O Ministério de Minas e Energia está disponibilizando este Relatório de Consolidação dos Testes e Ensaios para Validação da Utilização de Biodiesel B15 em Motores e Veículos que no seu entendimento, sem sombra de dúvida, contribuirá para a evolução do biodiesel e dos veículos, no Brasil e no mundo.
Fonte: Ministério de Minas e Energia