Monitoramento de resultados operacionais, econômicos e financeiros – problema ou solução?
28-03-2018

Os bancos passaram a usar desse recurso do monitoramento de resultados nas renegociações de dívidas

Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness

Na tentativa de equacionar o endividamento ou conceder crédito para o setor sucroenergético em toda a sua cadeia produtiva e estarem mais próximas dos tomadores de recursos, as instituições financeiras têm usado da figura do “observadorde resultados”. A ideia é ter um profissional, que não seja da empresa, acompanhando os resultados operacionais, econômicos e financeiros, para que as instituições financeiras não sejam pegas de surpresa com a inadimplência ou fuga de garantias.

Essa ferramenta de acompanhamento de resultados deveria ser uma solução importante na avaliação e liberação de crédito para as duas partes, credor e devedor, porém tem se tornado um problema quando o trabalho é feito por empresas de consultoria que não conhecem o processo produtivo em todas as suas etapas,fazendo com que o acompanhamento não atenda às necessidades e não minimizem riscos. A ferramenta somente é uma solução quando atende ao objetivo das instituições financeiras de ter o retorno do investimento e ainda melhora a performance das empresas.

O monitoramento de resultados operacionais, econômicos e financeiros, como prefiro chamar, tomou forma no setor a partir de 2005, como exigência dos fundos de investimento que focaram na atividade sucroenergética e tinham dificuldades para analisar o setor. A MBF Agribusiness foi a pioneira na elaboração desse trabalho, com destacados resultados ao longo do tempo, vetando projetos inviáveis economicamente, apoiando na liberação de recursos financeiras e nas negociações e renegociações, indicando o melhor uso dos recursos e ainda, em alguns casos, atuando com sucesso na recuperação do crédito antes de um colapso financeiro da empresa devedora. Um trabalho quese iniciou com o setor de açúcar e etanol e depois estendeu-se a outras atividades.

Inicialmente a exigência foi dos fundos de investimento que tinham como premissa minimizar os riscos da não aplicação correta dos investimentos disponibilizados para financiar o capital de giro das empresas, isso devido ao histórico duvidoso de algumas. Também pelo fato de que muitos dos investidores estavam embarcando nos sinais positivos de expansão e boas margens de resultados estimados para o setor e não conheciam as nuances dessa atividade agroindustrial. Em seguida o interesse foi dos bancos, que passaram a usar desse recurso do monitoramento de resultados nas renegociações de dívidas, como forma de estarem mais presentes no dia a dia das empresas antecipando riscos. Foi quando esse instrumento do monitoramento passou a ser mais demandada pelo mercado e a qualidade dos relatórios tornou-se questionável.

Os primeiros monitoramentos de resultados eram vistos pelas empresas com desconfiança, pois os gestores tinham em mente que a consultoria contratada para a atividade atuaria mais como uma auditoria, fiscalizando as atividades diárias. Porém esse conceito foi se desfazendo ao longo do tempo pela qualidade diferenciada do trabalho prestado pelas consultorias, que fizeram com que esse instrumento de crédito se tornasse um instrumento de gestão para as empresas.
Veja matéria completa na editoria Economia, na edição 52 da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.