Motoristas bloqueiam distribuidora de combustíveis em Senador Canedo em protesto contra preço alto
13-11-2017

Em Goiânia, o litro da gasolina chega a R$ 4,49 e do etanol a R$ 3,29.

Motoristas bloqueiam nesta segunda-feira (13) uma distribuidora de combustíveis em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, contra o preço alto do produto. Na capital, o litro da gasolina pode chegar a R$ 4,49 e o do etanol a R$ 3,29.

O protesto começou por volta de 4h30. O grupo é formado por motoristas, caminhoneiros, mototaxistas, taxistas e motoristas de aplicativos. Os manifestantes se reuniram em frente ao estacionamento do Estádio Serra Dourada e seguiram pela GO-020 até a porta da distribuidora.
Os manifestantes reclamam do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é de 30% para a gasolina e de 25% para o etanol. Eles também protestam contra a prática de cartel entre os postos, padronizando os preços. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP),Goiânia tem o valor médio do litro da gasolina mais caro do país.
"Aos poucos, mais pessoas estão chegando para aderir ao movimento. Começamos com umas 50 e queremos chegar a mil, para fechar outras distribuidoras. Queremos que o governo venha negociar com a gente a redução do ICMS e a volta do incentivo para o etanol", disse um dos coordenadores do protesto, Fabrício Nelio Feitoza.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda e aguarda um posicionamento.

O representante do Sindicato dos Postos de Combustíveis (Sindiposto), Antônio Carlos de Lima, afirma que não existe essa prática criminosa no setor.
“Para ter cartel, tem que ter combinação prévia, dolosa e com fim de manipular mercado. Até hoje nenhum dono de posto foi condenado por cartel no estado de Goiás. Na Justiça não se prova a combinação prévia, dolosa e com fim de manipular mercado”, justificou.
Algumas pessoas contam que chegam a gastar até R$ 1 mil a mais por mês com esses constantes aumentos. Os caminhões que chegam para carregar os combustíveis são obrigados a parar do lado de fora da distribuidora. Eles levariam combustíveis para várias cidades do estado.
"Até os caminhoneiros que chegam para carregar o combustível estão aderindo ao protesto, porque eles também são impactados por tudo isso", contou Feitoza.

Ação contra os postos
Por causa do preço do etanol, a Superintendência Estadual de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon-GO) propôs uma ação contra 60 postos de combustíveis suspeitos de aumento abusivo no valor do combustível. Segundo o órgão, alguns estabelecimentos tiveram lucro de até 120% em Goiânia.
O reajuste também influencia no valor da gasolina.“A elevação do etanol sem justa causa está mantendo o preço da gasolina do jeito que está, elevado desta forma por falta de opção do consumidor de buscar o outro combustível”, afirma a superintende do Procon-GO, Darlene Araújo.
A superintendência informou que pesquisou o preço do etanol em 160 estabelecimentos entre o fim do mês de outubro e início de novembro. Conforme o levantamento, o lucro bruto dos postos de combustíveis saltou de R$ 0,24 para R$ 0,53 por litro de etanol vendido, sem justificativa, nestas 60 unidades. O Procon-GO divulgou a lista dos postos acionados no site do órgão.
O advogado do Sindiposto defendeu que a atitude dos estabelecimentos acionados não é ilegal. A entidade, que representa grande parte dos postos da capital, informou ainda que a postura foi adotada pela minoria.
“Ter lucro no comercio não é proibido. Há 1.620 postos, destes, 60 estavam querendo ganhar um lucro maior que os outros. Que mal há nisso? Não é proibido ter lucro. Na visão do Sindiposto, é prática normal de comerciantes quererem ter lucro. Como tem até 40 centavos de diferença de preço, cabe o consumidor procurar onde está mais barato”, disse Antônio Carlos de Lima ao G1.
A Polícia Civil está investigando a formação de cartel entre postos de combustíveis de Goiânia. Segundo a corporação, o processo está em andamento na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor. O Procon também acredita nessa prática.
“Normalmente, quando há o aumento repentino, quando mais de 50% da cadeia produtiva pratica o reajuste na mesma época, há o indício de combinação de preços, o que pode caracterizar o crime de cartel”, explicou a gerente de atendimento do órgão Rosânia Nunes.

Veja em: https://g1.globo.com/goias/noticia/motoristas-bloqueiam-distribuidora-de-combustiveis-em-protesto-contra-preco-alto.ghtml