Muito além do controle de doenças
09-12-2014
O setor sucroenergético já pode contar com inovações que proporcionam muito mais que proteção de cultivos
Luciana Paiva
Em 2012, aproximadamente 30% dos 36 mil hectares com cana da região de Campo Florido, em Minas Gerais, ganharam um Foto: tom laranja. Era a ferrugem alaranjada,uma doença causada pelo fungo Pucciniakuehnii, que atinge basicamenteas folhas da planta. A cana-de-açúcar é atacada por duas espécies de Puccinia: a Pucciniakuehnii, causadora da ferrugem alaranjada, e a Pucciniamelanocephala, causadora da ferrugem marrom.
A ferrugem marrom se encontra nos canaviais brasileiros desde 1986, enquanto a alaranjada foi notificada oficialmente no
Brasil em dezembro de 2009, pela ocorrência do primeiro foco da doença na região de Araraquara, SP. Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a ferrugem alaranjada pode causar entre 20 a 40% de perdas em tonelada de cana por hectare (TCH). Além disso, reduz o teor de sacarose nos colmos em torno de 15 a 20%.
Rodrigo de Carvalho Nogueira, coordenador agrícola da CanaCampo (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido),conta que os primeiros focos da doença nos canaviais dos associados surgiram em 2011, mas no ano seguinte a doença explodiu. A CanaCampo foi fundada em 2000, em seu início era responsável 100% pelo abastecimento da Usina Coruripe, unidade Campo Florido, hoje, responde por 70%, produção de cerca de 2,4 milhões de toneladas. São 62 fornecedores de cana e quase 200 arrendatários.
A área afetada pela ferrugem alaranjada, segundo Rodrigo, era ocupada pela variedade SP81-3250 suscetível à doença e a mais plantada na região com 30%, seguida pela RB86-7515, com 21%. Quando a explosão laranja encobriu o verde dos canaviais em Campo Florido, a situação foi alarmante, pois provocou altas perdas de produção. “Tinha fornecedor que mesmo com canavial bem tratado, com controle de broca e cigarrinha, a ferrugem derrubou fortemente a produção. Canavial de 3º corte apresentou 38 toneladas por hectare.”
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