Mundo deve produzir 184,9 milhões de toneladas de açúcar, diz USDA
21-11-2017

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima sua estimativa para a produção global de açúcar na safra 2017/2018, reforçando também sua expectativa superávit de oferta do produto. O mundo deve produzir 184,949 milhões de toneladas, de acordo com relatório divulgado neste mês. (veja tabela abaixo)

As projeções do USDA para o mercado de açúcar são atualizadas duas vezes por ano, em maio e novembro. No relatório anterior, os técnicos tinham estimado volume de 179,636 milhões de toneladas. Se confirmada a nova projeção, serão quase 13,5 milhões de toneladas a mais que na temporada 2016/2017: 171,472 milhões de toneladas.

"Se alcançada, a produção será 20 milhões de toneladas superior ao volume mais baixo dos últimos cinco anos, registrado duas safras atrás", destaca o documento, em referência à produção estimada na safra 2015/2016, de 164,703 milhões de toneladas

Os técnicos mencionaram entre os fatores para a revisão de safra global a expectativa de aumento da produção brasileira no ciclo 2017/2018. O número passou de 39,650 milhões para 40,2 milhões de toneladas, por conta, segundo eles, de clima favorável, melhora de tratos culturais e pelo menor uso da cana para etanol. O Brasil deve consumir 10,6 milhões e exportar 29,6 milhões de toneladas de açúcar.

Além disso, Índia e Tailândia devem recuperar volumes no atual ano-safra por conta do clima favorável. Os dois países devem colocar no mercado 27,7 milhões e 11,2 milhões de toneladas, respectivamente. Outros motivos para aumentar a estimativa de produção global são o fim das cotas na União Europeia e aumento da oferta local na China.

O USDA também revisou para cima a estimativa de consumo global de açúcar no ciclo 2017/2018, de 171,559 milhões em maio para 174,223 milhões de toneladas. No entanto, diante da expectativa de aumento de produção, o superávit de oferta no mercado mundial passou de 8,07 milhões no relatório anterior para 10,7 milhões de toneladas no atual. (veja gráfico)


China

Depois de liderar as importações mundiais de açúcar nos últimos anos, a China deve ficar em segundo lugar pela segunda safra seguida, acredita o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O principal motivo apontado no relatório é a política interna de salvaguardas ao produto de fora do país em meio a um aumento da produção doméstica da commodity.

"A maior produção e o aperto nos controles governamentais sobre as importações levaram a China da liderança para a segunda colocação entre os importadores de açúcar. A estimativa foi reduzida para 4,6 milhões de toneladas no ciclo 2016/2017 e a previsão é de cair mais no ciclo 2017/2018", diz o relatório.

Os chineses devem comprar de outros países 4,2 milhões de toneladas na temporada atual, com um consumo doméstico total estimado em 15,8 milhões de toneladas. Enquanto isso, a produção deve aumentar dos 9,3 milhões da safra 2016/2017 para 10,5 milhões de toneladas.

A liderança das importações globais é ocupada pela Indonésia, segundo o relatório. A estimativa para o país na atual temporada atual foi revisada de 4,150 milhões em maio para 4,550 milhões de toneladas. Menos do que na safra 2016/2017, quando os indonésios compraram 4,918 milhões de toneladas de açúcar de outros países, nos cálculos dos técnicos do governo dos Estados Unidos.
Raphael Salomão