Na contramão da região, Pontal tem alta de 30% em geração de empregos
03-11-2015

Enquanto cidades da região têm amargado um ano de demissões, Pontal (SP) acumulou alta de 30% na geração de empregos entre janeiro e setembro em relação a 2014, segundo dados atualizados da variação absoluta de vagas do Ministério do Trabalho.
Com a safra da cana-de-açúcar em andamento desde o primeiro semestre, as usinas de etanol e açúcar da região movimentaram a maior parte das contratações registradas na indústria e na agropecuária.
Por outro lado, o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br) afirma que a margem positiva é sazonal e deve ser revertida com demissões no período da entressafra, no fim do ano.
4 mil vagas
Em um cenário de instabilidade, o município de 45,9 mil habitantes atingiu saldo de 4.034 postos com carteira assinada, diferente de Ribeirão e Sertãozinho que fecharam 5,9 mil vagas em nove meses.
O total supera o resultado do período correspondente em 2014, quando foram geradas 2.825 vagas.
A indústria foi o maior responsável por esse retrospecto, com mais da metade das vagas - 2.636. Estas foram possibilitadas pela demanda de contratações nas três usinas sucroenergéticas do município, diz o presidente do Ceise Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho.
Diferentemente de Sertãozinho, onde a baixa nas metalúrgicas prejudicou o balanço industrial, em Pontal o segmento é movimentado exclusivamente pelas usinas, explica.
"Pontal contratou muito por causa da safra, são três usinas grandes. Pontal praticamente só tem usina e Sertãozinho não. Fora a usina, tem o maior polo de indústria de base voltada ao setor sucroenergético do mundo. O déficit que tivemos de mão de obra é muito maior", afirma.
O representante do Ceise Br acredita que até o fim do ano os números locais tenham baixa em função da chegada da entressafra e do término das contratações. "Se você pegar a análise em dezembro, vai ser diferente, É meio ilusório falar. Se acabarem a safra em dezembro vai ter demissão, é natural", diz.
Agropecuária
As mesmas usinas de Pontal ajudaram a movimentar o segmento de agropecuária, com 1.081 postos com carteira assinada abertos, diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pontal, Ildeu Soares dos Santos.
Motoristas, operadores de colheitadeiras, mecânicos e colhedores são alguns dos postos demandados. Ele acredita que, mesmo com o término da safra, a fase de plantio mantenha os empregos do segmento em alta. "As empresas trabalham assim. Aqueles que estão trabalhando eles demitem e contratam outros no lugar. Por isso que vai mantendo esse volume de gente", afirma.
Os números do Ministério do Trabalho e Emprego ainda mostram saldo positivo no setor de serviços - com 379 vagas criadas - e déficits no comércio e na construção civil - cada um com 31 postos encerrados em 2015.