Na visão de pesquisadores, dizer que a cana prejudica o solo, é mito!
15-04-2015

Pesquisadores destacam que, caso seja manejada adequadamente, a cana pode ser uma grande aliada do solo e do ambiente produtivo. Mas críticos à cana afirmam que a cultura prejudica o solo e os recursos naturais. Segundo Jorge Luis Donzelli, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do CTC, dizer isso é um mito. Além da experiência da rotação de cultura, os números mostram que a cana-de-açúcar minimiza a erosão, perde menor porcentagem de água da chuva e tem uma capacidade potencial de reciclar seus nutrientes.

“Esse é um mito que faz rir os verdadeiros agrônomos”, relata Raffaella Rossetto, engenheira agrônoma do Programa de Cana-de-açúcar do IAC (Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo). “Existem solos no Estado de São Paulo onde a cana é cultivada há mais de 100 anos sem perder produtividade. O que ocorre é que todas as ações humanas geram impacto. A agricultura não seria diferente.”
Segundo Donzelli, diversas culturas são conhecidas pela sua capacidade em proteger o solo. Dentre elas, a cana-de-açúcar é reconhecidamente uma cultura conservacionista. “Nota-se que a cana apresenta uma das mais baixas perdas de solo por erosão e a mais baixa porcentagem de perda de água da chuva entre todas as culturas. Isto demonstra a capacidade da cana em preservar os recursos naturais - água e solo.”
A cultura da cana pode ser parte importante do sistema conservacionista se for plantada dentro de critérios de conservação de solo e água. De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Montezuma, ela cobre o solo rapidamente e deixa resíduos culturais da colheita (10 a 20 t/ha) que favorecem a retenção de gases de efeito estufa e a reciclagem de nutrientes, assim como favorece a reagregação e estruturação do solo com maior retenção e preservação de água.
“Se considerarmos que a cultura está presente no Brasil praticamente desde seu descobrimento e que as mesmas áreas ainda permanecem em produção, podemos dizer que seu impacto não foi tão drástico como o de culturas que propiciaram uma maior exposição e movimentação do solo”, diz Montezuma, que completa: “se agregarmos, dentro de critérios técnicos, sistemas mais reduzidos de preparo do solo e rotação de culturas como práticas sustentáveis, podemos ter o econômico, o ambiental e o socialmente correto ajustados dentro do sistema produtivo da cana-de-açúcar.”
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