No mundo da cana, o amendoim vai bem!
27-11-2017

A safra de amendoim 2016/17 foi considerada excelente. A expectativa é que esse cenário se repita no ciclo 2017/18

Luciana Paiva e Leonardo Ruiz

A estiagem que se estendeu pela região Centro-Sul de junho até o começo de outubro atrasou o plantio de amendoim, até o final de outubro, menos de 10% da nova safra havia sido plantada. A região Sudeste é responsável por 94,3% da produção nacional. São Paulo, maior produtor do país, responde por 92,5% de participação no total nacional.Os principais polos de cultivo de amendoim do Estado de São Paulo são as regiões da Alta Mogiana (Ribeirão Preto, Dumont, Jaboticabal e Sertãozinho) e Alta Paulista (Tupã e Marília). Aproximadamente 90% do cultivo de amendoim acontece na forma de rotação com cana-de-açúcar, onde o amendoim é cultivado nas áreas de renovação de canavial.

“O resultado da safra 2016/17 de amendoim foi excelente”, salienta José Antonio Rossato Junior, presidente da Cooperativa Agroindustrial (Coplana), com sede em Guariba, maior produtora e exportadora de amendoim do país. Rossato observa que a safra de amendoim esteve sob um clima formidável, o que proporcionou um amendoim com alta produção (2a. maior safra da Coplana) e de alta qualidade. A produtividade média da safra 2016/17 dos produtores da Coplana foi de 170 sacos por hectare.


Em 2017, a unidade de grãos da Coplana, localizada em Jaboticabal, SP, recebeu um total de amendoim limpo e seco de 3.064.402,40 sacos = 76.610.060 toneladas. Cerca de 100 produtores cooperados da Coplana cultivam amendoim.De acordo com a Conab, a produção Brasil da safra de amendoim 2016/17 foi de 466,2 mil toneladas de amendoim em casca.

A área plantada pelos produtores da Coplana no último ciclo foi de18 mil hectares. Segundo Rossato, a expectativa para esta nova safra é de um aumento de área entre 5 a 10%, dentro de praticamente a mesma base de produtores. A estiagem que levou ao atraso do plantio, reduzindo a janela da entressafra da cana, na visão do Presidente da Coplana, dificilmente afetará a área a ser cultivada, “haja vista que a maior parte das áreas já estão contratadas”.

Rossato observa que a estiagem também pouco influenciará os produtores a trocarem o amendoim pela soja (que apresenta ciclo de produção menor). “A maioria dos produtores tradicionais de amendoim possuem estrutura e expertise nesta cultura. Migrar para a soja não é algo simples, requer investimento e conhecimento na cultura. Essa troca, caso ocorra, será realizada por um percentual pequeno de produtores que atuam em ambas as culturas simultaneamente, o que torna este número pouco relevante.”

Além de o campo ter respondido de forma favorável, o mercado também sorriu para a safra de amendoim 2016/17, com preços remuneradores. Cerca de 80% da produção de amendoim brasileira é destinada às exportações (a maior parte para os países europeus) e o restante é consumido internamente pelas indústrias de doces.

Sobre a expectativa de remuneração na safra 2017/18, Rossato explica que, todo mercado depende de oferta, demanda e expectativas. “Neste sentido, em decorrência da última safra Brasileira com alta produção, assim como safra nos EUA, Argentina e China na mesma linha, o mercado está com estoque (interno e externo) alto. A consequência são preços inferiores aos praticados na safra passada. A estratégia é focar em alta produtividade na lavoura e redução de custos na indústria.”

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