No Nordeste, produtor faz renascer usinas
09-12-2015

Por meio do cooperativismo, produtores de cana reativam três usinas

Luciana Paiva

Na região Nordeste, os produtores de cana estão revolucionando a agroindústria canavieira, em Pernambuco e Alagoas, eles resolveram fazer renascer usinas. Alexandre Andrade Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana de Pernambuco(Coaf), conta que a mobilização surgiu quando os canavieiros ficaram sem ter para onde levar a cana colhida na Zona da Mata por causa da desativação de diversas usinas brasileiras. “Eles estavam impossibilitados de continuar no trabalho. Muitos já estavam até desistindo da atividade”, explica Alexandre de Andrade Lima.

O renascimento das usinas está sendo possível em decorrência do cooperativismo, destaca Alexandre. A primeira unidade a voltar a moer, em 2014, após uma safra parada, foi a Pumaty, localizada em Joaquim Nabuco, Zona da Mata-sul pernambucana, que está sendo gerida pela cooperativa Agrocan. Já nesta safra, foi reaberta a usina Cruangi, de Timbaúba, Zona da Mata-Norte pernambucana, que estava a três safras parada e está sob a administração da Coaf.

“A reabertura passou a ser salvação dos nossos produtores de cana. Eles levam e recebem pela cana nas suas cooperativas. No final do ano, ainda vão receber parte dos lucros das usinas”, conta Alexandre, que lembra que, apesar de o Nordeste representar apenas 9% da produção de cana do Brasil, conta com 25 mil produtores de cana, sendo que 92% são considerados pequenos produtores, pertencentes a agricultura familiar.

Além da Pumaty e Cruangi, outra usina que voltou a moer nesta safra é a Pedrosa, no município perde em Cortês, mas esta não é administrada por cooperativa. Nesta safra, 18 usinas estão e atividade em Pernambuco e Alexandre diz que não ver mais possibilidade de, no estado, outras unidades voltarem a moer, pelo menos sob a gestão das cooperativas. “Nosso objetivo era reativar uma unidade na Zona da Mata Sul e outra na Zona da Mata Norte, já conseguimos isso.”

Se em Pernambuco o milagre do renascimento da usina já deve ter cessado, em Alagoas, observa Alexandre, ainda há espaço. No final de outubro iniciou a moagem a usina Coopervales-Uruba, em Atalaia, uma das três unidades do Grupo João Lyra, em Alagoas. A usina voltou a atividade nesta safra, graças ao empenho da Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale de Satuba (Coopervales).

A Uruba estava desativada havia três anos e, desde 2014, quando foi fundada, a Coopervale buscava na Justiça o arrendamento da usina. De acordo com o presidente da Coopervale, Túlio Acioly Tenório, inicialmente cerca de 1.500 postos de trabalho diretos serão reabertos. “Quando estiver a todo vapor, a Uruba vai empregar aproximadamente três mil pessoas no campo e na indústria. Isso vai mudar a economia nos municípios do entorno da usina.”
Veja matéria completa na editoria Capa na nova edição da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, basta baixar GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.