Nova safra de cana do CS deve avançar para 597 mi t, diz Agroconsult
18-09-2019

Colheita de cana em Pradópolis (SP) 13/09/2018 REUTERS/Paulo Whitaker Foto: Reuters
Colheita de cana em Pradópolis (SP) 13/09/2018 REUTERS/Paulo Whitaker Foto: Reuters

A safra de cana 2020/21 do Centro-Sul do Brasil deve avançar para 597 milhões de toneladas, ante 585 milhões de toneladas vistas na atual temporada, à medida que chuvas acima da média em alguns Estados produtores tendem a impulsionar as produtividades, disse nesta terça-feira a consultoria Agroconsult.

A maior moagem de cana vai alavancar a produção tanto de6 açúcar quanto de etanol, disse o analista da Agroconsult Fabio Meneghin, acrescentando que as usinas devem manter uma estratégia de alocar quase dois terços da cana para produzir o biocombustível.

A produção de açúcar do Centro-Sul na próxima temporada foi estimada em 26,6 milhões de toneladas, contra 25,7 milhões de toneladas na atual temporada. A produção de etanol é vista em 32 bilhões de litros, avanço de 1 bilhão de litros em relação ao volume estimado para 2019/20.

“Não vemos os preços do açúcar se recuperando muito no curto prazo, então as usinas provavelmente continuarão focadas no etanol no ano que vem”, disse Meneghin em uma apresentação durante a Novacana Ethanol Conference 2019, em São Paulo.

A Agroconsult projeta os preços do açúcar bruto em cerca de 12,80 centavos de dólar por libra-peso no segundo semestre de 2020, em comparação com valores atuais de cerca de 11 centavos de dólar em Nova York, nível visto como não lucrativo para a maioria dos produtores de açúcar do mundo.

A consultoria estima que as usinas irão alocar apenas 34% da cana para a produção de açúcar na próxima temporada, mesmo nível observado nesta temporada, usando o restante para fazer etanol.

Meneghin disse que os subsídios da Índia às exportações de açúcar e os amplos estoques globais vão dificultar qualquer grande recuperação nos preços, apesar da expectativa de um déficit mundial do adoçante no ano-safra global de 2019/20, que vai de outubro a setembro.

O analista vê o mundo saindo de um superávit de 3,1 milhões de toneladas em 2018/19 para um déficit de 2,3 milhões de toneladas na próxima temporada.

 

Reuters