Nova usina abre 1º de junho só com açúcar e com contrato herdado de cogeração
20-05-2020

Usina que será reberta espera contar com mais cana de fornecedores para aumentar produção na próxima safra (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
Usina que será reberta espera contar com mais cana de fornecedores para aumentar produção na próxima safra (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Em dezembro, a Ener Sugar, antiga e falida Usina Pau D’Alho, planejava reabrir as portas em abril, mas ainda não tinha o mix definido, como o novo sócio-proprietário informava a Money Times. Em abril não deu, maio também não, agora a inauguração será em 1º de junho, e a unidade repaginada vai produzir 95% de açúcar.

Por Giovanni Lorenzon

De fornecedores de cana a agora usineiros, Sylvio Ribeiro do Valle e os outros acionistas, os irmãos Finotti, superaram os contratempos normais em reformas de unidade parada há muito tempo – os últimos ajustes e testes na caldeira, por exemplo –, e decidiram pelo alimento no calor da crise da pandemia.

Com o etanol sem sustentação, apesar das últimas altas do petróleo e da gasolina (dois aumentos em maio), a Ener Sugar começa com a chave só no açúcar.

“Nas contas que fizemos segunda (18), o açúcar está pagando R$ 2,30 equivalente o litro de etanol”, diz Ribeiro do Valle, apesar de que as cotações estão ainda frouxas, abaixo de 11 c/lp.

Outra aposta é a cogeração de energia, apesar do achatamento do consumo.

A empresa, porém, herdou um  contrato de 16 mw/hora, conseguiu reativá-lo na Aneel (agência reguladora), e deve gerar, numa conta simples em torno de R$ 400 milhões por cinco anos.

A unidade de Ibirarema, no Sudoeste paulista, que está absorvendo na reforma R$ 100 milhões em recursos dos acionistas e de bancos, também reviu o volume de cana a ser moída na primeira safra. Ou meia primeira safra.

Da capacidade de 2 milhões dia, vai moer em torno de 700 mil toneladas apenas, sendo que os sócio participarão com 300 mil/t. “Já estávamos conservadores antes, quando imaginávamos poder contar entre 900 a 1,2 milhão/t”, acrescenta o gestor, também presidente da Associação dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana), de Assis e adjacências.

Por isso que começa um trabalho se incentivo ao plantio de cana junto aos produtores, em sintonia com o avanço da soja, que já é comum na região. E quanto mais soja, significa aumento da renovação dos canaviais.

Money Times