Novas práticas possibilitaram obtenção de alta eficiência na colheita mecanizada
25-04-2017

Douglas Rocha implementou novos espaçamentos, tráfego controlado e pátios de transferência de cargas
Douglas Rocha implementou novos espaçamentos, tráfego controlado e pátios de transferência de cargas

Pátios de transferência, sistematização das áreas, espaçamentos e controle de tráfego estão entre os itens que foram modificados ao longo dos últimos anos

No Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar, realizado pelo Grupo IDEA, nos dias 29 e 30 de março, em Ribeirão Preto, SP, o gerente de tecnologia agrícola da Odebrecht Agroindustrial, Douglas Rocha, detalhou vários aspectos que tornam o Grupo exemplo quando o assunto é colheita mecanizada de cana-de-açúcar. Segundo ele tudo começa com a formação de líderes e multiplicadores.

Atualmente, a Companhia conta com 151 líderes de frente, 24 supervisores e 12 coordenadores de CCT (Corte, Carregamento e Transporte), que são responsáveis por transmitir informação para 635 operadores de colhedoras e 1318 operadores de tratores. “Para tanto, nós elaboramos manuais de melhores práticas, realizamos workshops com lideranças, treinamentos (presencial e simulador) e conference calls quinzenais, além de acompanhamento no campo e alinhamento das melhores práticas.”

PÁTIOS DE TRANFÊRENCIA DE CARGAS

Uma das recentes inovações da Odebrecht Agroindustrial são os pátios de transferência de cargas, construídos nas frentes de colheitas, nas dimensões de 20m x 100m. “Cada frente distribui as máquinas num conjunto de talhões em torno de 100 hectares. Estes pátios são fixos e se tem maior segurança na movimentação dos equipamentos, maior controle do pisoteio, menor tempo de transferência das cargas e menor consumo dos equipamentos”, conta Rocha.

SISTEMATIZAÇÃO DAS ÁREAS

O formato dos talhões, o nivelamento das áreas e o sistema viário são itens muito importantes na eficiência do CCT, de acordo com o gerente de tecnologia agrícola. Segundo ele, a falta de planejamento acarretará em diversos prejuízos ao sistema, como aumento dos custos, redução da capacidade operacional das máquinas, maiores riscos de acidentes (batidas, quebras, tombamentos, etc) e perdas de área produtiva em carreadores.

“A área reformada ou de expansão deverá ser vistoriada para corrigir toda imperfeição nela existente, tais como eliminar estrias ou sulcos de erosão, corrigir as depressões e extinguir as curvas transversais e retirar tocos, raízes, restos de galhadas, peças, lixos e pedras.”

Já as curvas de nível remanescentes nas áreas de expansão devem ser eliminadas evitando que o plantio e, consequentemente, a colheita, sejam realizados transversalmente nesta configuração. A presença de curvas transversais às linhas de cana ocasionará:

• Deformação permanente ou quebras nas estruturas da colhedora
• Batidas no elevador contra a lateral do transbordo
• Esforços no trem de força da colhedora
• Arranquio de soqueiras aumentado os índices de impurezas minerais na carga
• Aumento das porcentagens de perdas com canas inteiras e pedaços
• Aumento dos riscos de acidentes com os equipamentos principalmente no período noturno e quando operados por integrantes sem muita habilidade
• Impacto no rendimento dos equipamentos (colhedoras e transbordos)

TRÁFEGO CONTROLADO

A premissa básica, de acordo com Rocha, é procurar realizar a colheita mecanizada de forma que ela minimize o impacto nas condições físicas do solo e diminua os prejuízos de brotação e de crescimento comprometido das soqueiras.

Para isso é necessário:

• Sistematização da área produtiva
• Organizar as frentes de colheita
• Realizar adequadamente as manobras
• Respeitas os espaçamentos recomendados para o plantio
• Paralelismo de sulco
• Elevador de colhedora com espaçadores
• Tratores e transbordos
• Disciplina dos integrantes, parceiros e terceiros

ESPAÇAMENTOS

Sobre os espaçamentos, o gerente de tecnologia agrícola da Odebrecht Agroindustrial ressaltou que a colheita de cana para plantio de mudas em espaçamento de 1,40m traz um agravante, pois faz com que a lateral externa do divisor de linhas e a esteira rodante na colhedora trabalhem esfregando a linha lateral, trazendo danos em algumas gemais das canas colhidas o que refletirá na qualidade da germinação.

Com relação as manobras de cabeceiras, Rocha afirmou que estas deverão ser realizadas de forma que minimizem o arraste lateral, evitando maiores esforços nos componentes dos equipamentos (eixos, ponta de eixos, rolamentos, buchas, pneus, barra de tração e pino bola), impedindo o excesso de pisoteio e fazendo com que a operação ocorra com menor tempo e maior segurança aos integrantes e aos equipamentos.

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