O agronegócio reserva grandes oportunidades para as mulheres
15-07-2014

A agrônoma Carulina Oliveira, gerente de Marketing Cultivos (Cana, Citrus& Amendoim) da Basf, já trabalhou por quatro anos em usina no Mato Grosso do Sul, depois saiu do País para se especializar, aperfeiçoar o inglês e somar novas experiências. Voltou ao Brasile foi contratada para trabalhar na área de defensivos químicos em uma multinacional, ficou lá por 10 anos e depois se transferiu para outra grande multinacional a Basf.

Carú, como é conhecida, faz parte das profissionais femininas que estão transformando para melhor o agronegócio brasileiro. A presença feminina no mundo rural cresce desde os bancos da faculdade de agronomia, hoje, mais de 50% das vagas nesse curso são ocupadas por mulheres. Essas jovens que entram no mercado de trabalho anseiam por informações e sugestões por parte
De quem já desbravou este caminho. Para elas, Caru traça um paralelo sobre o setor desde quando se formou até os próximos 10 anos.
“Quando me formei, no setor sucroenergético, por exemplo, as usinas se concentravam em São Paulo e um pouquinho em Minas Gerais, a presença feminina era bem restrita e a gestão basicamente familiar. Nos últimos 15 anos, o setor saiu de uma área de extensão de 2 milhões de hectares para 9 milhões de hectares, expandindo a área de cana para Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas”, observa.
A agrônoma ressalta que é o mercado de agro quem sustenta o Brasil e nesse segmento a cana apresenta o segundo maior faturamento. “Nos próximos 10 anos, o Brasil será a terceira ou quarta potência econômica mundial. Com tudo isso dá para perceber que o País mudou, que a economia mundial mudou e o Brasil está inserido nesse novo cenário”, observa.
Carulina aponta a inovação tecnológica como responsável por grande parte dessa mudança. “Além dos investimentos em soluções que aumentam a produtividade,o acesso a informação é bem maior no meio rural, já é comum vermos profissionais usando BlackBarry e tablets para conferir e poder aplicar essas informações no campo”, diz. Outro fator de mudança apontado por Carulina é que mesmo as unidades familiares estão falando em gestão corporativa, em unidades, em grupos. “E as que não são familiares estão falando em capital externo. São grupos financeiros em que a cana, o açúcar e o álcool são alguns de seus muitos produtos, o sucroenergético é apenas um dos segmentos que atuam”, observou.
A profissional da Basf ressalta que, quando se fala em agronegócio se fala na mola propulsora do País e todo mundo quer saber mais sobre isso. Para Carulina, a mulher tem acompanhado toda essa evolução e para ampliar a sua inserção no mercado de trabalho é fundamental ter conhecimento, falar línguas, ter noção sobre gestão, saber lidar nos ambientes corporativos e se portar bem mediante situações de pressão e adversidade, é preciso agir mais friamente, de forma humana, mas menos sentimental. “Hoje estamos conectados com o mundo e, é uma grande oportunidade para a mulher que pode unir sua sensibilidade e humanidade no coração, ao conhecimento e preparo, afinal, o profissional, além de conhecer tecnicamente o setor, precisa ser sábio.”