O RenovaBio já vai incrementar a economia do setor em 2020?
21-01-2020

A expectativa é de aumento na demanda pelo biocombustível que irá ajudar na redução das emissões de poluentes
A expectativa é de aumento na demanda pelo biocombustível que irá ajudar na redução das emissões de poluentes

Especialistas defendem que é preciso dar tempo para o RenovaBio deslanchar, mas estão otimistas com o programa

Mateus Costa, Analista de Inteligência de Mercado – Açúcar e Etanol, da INTL FCStone Inc – , diz que o esperado é que no começo o RenovaBio tenha um ritmo mais lento. Até porque há um atraso no cadastramento das usinas – existem indefinições sobre as instituições financeiras que poderão emitir CBIOs. “Hoje, o principal ponto é o preço do CBIOs. O mercado fala em uma range de cotação bem grande. Isso não desacredita o programa. Ele é complexo e envolve várias partes. Esperamos que o início seja lento, mas o mercado trazendo liquidez e ele pegando embalo, comece a deslanchar.”

O Analista da INTL FCStone Inc acha que é preciso ponderação. “Estamos falando de benefícios para o setor, mas precisamos traçar comparativo. Vamos falar de benefícios grandes em relação ao visto nos últimos anos. Talvez não pelo início lento. Mas se olharmos sob uma ótica de médio e longo prazo, temos expectativas que essa política ajude a beneficiar o setor.”

Matheus Costa vê um contexto favorável para que as usinas tenham situação melhor do que nos últimos anos

Crédito: INTL FCStone Inc

Mas Costa está otimista sobre o setor em 2020. “Eu vejo um contexto favorável para que as usinas tenham situação melhor do que nos últimos anos. Temos programas vindo para trazer segurança em termos de política energética. Cenário mais produtivo para o açúcar, então tem indicações que o setor terá um cenário mais favorável do que nos últimos anos. Tudo vai depender. A conjuntura muda muito rápido. Então não podemos bater o pé com certeza. Mas tudo indica que terá situação mais favorável pensando no ano que vem. O RenovaBio aparece como principal ponto para trazer mais segurança e uma previsibilidade maior para o setor.”

Mayra Theis, sócia da área tributária e especialista em Agribusiness da PwC, observa que os créditos de descarbonização (CBios) deverão atuar como reguladores econômicos, propiciando alguma previsibilidade ao mercado de etanol. “A expectativa é de aumento na demanda pelo biocombustível que irá ajudar na redução das emissões de poluentes. Como será o primeiro ano do programa em 2020, ainda é preciso avaliar o comportamento desse novo mercado de CBios.”

Em razão do RenovaBio é esperada maior demanda por etanol”, analisa Mayra

De acordo com Mayra, a estimativa é que dois terços das usinas de etanol estejam credenciadas e possam participar do RenovaBio na safra 2020/21. Uma vez credenciadas, as usinas deverão buscar melhorias na sua eficiência energética para obterem mais créditos.

Sobre a comercialização dos CBios, Mayra observa que o programa ainda está no início, visa incentivar o uso de biocombustível sustentável e a comercialização vai depender da demanda e interação entre todos os agentes envolvidos no processo para regularização e operação deste novo mercado. Pela data prevista no programa, a partir de 24 de dezembro de 2019, os produtores já têm o direito de acumular pré-CBios e espera-se que a comercialização possa acontecer ainda no primeiro semestre de 2020. O preço dos CBios é algo que vai depender do mercado, já que os títulos serão negociados na B3 e poderão ser adquiridos pelas distribuidoras – obrigadas a isso - bem como por outros investidores e empresas interessadas na rentabilidade deste mercado ou em reduzir suas emissões de carbono.

 

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