O setor apresenta baixa renovação dos canaviais
07-12-2018

Canaviais envelhecidos e com falhas são obstáculos para a alta produtividade

Leonardo Ruiz

Os canaviais brasileiros nunca estiveram tão velhos. Dados dos principais institutos de melhoramento genético do Brasil apontam que o estágio médio de corte nos estados do Centro-Sul este ano é o maior desde 1986, atingindo uma média de 3,9 anos. O ideal seria que esse valor figurasse, no máximo, em 3,5. O último ano abaixo desse número foi em 2015.

Esse envelhecimento dos canaviais é fruto de um setor ainda em crise, cujas dificuldades financeiras impedem o aumento das taxas anuais de plantio, processo entre os mais caros de todo o sistema produtivo da cana-de-açúcar. Por conta disso, raramente mais do que 12% das áreas foram reformadas pelas usinas nos últimos anos, valor muito aquém do ideal.

Com um número cada vez maior de unidades encerrando suas moagens neste final de ano, as atenções começam a ser voltadas para o próximo plantio. O desafio será tentar reverter esse cenário, já que existe uma relação direta entre o estágio médio de corte com o aumento de produtividade. Canaviais mais velhos implicam diretamente em menos Toneladas de Cana por Hectare (TCH). Pesquisas apontam que, a cada rebrota da soqueira, o potencial produtivo poderá ser até 8.5 TCH inferior.

O coordenador do Censo Varietal do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Rubens Leite do Canto Braga Jr., afirma que o segmento vem, constantemente, atingindo recordes negativos de renovação. Segundo ele, nas últimas safras plantou-se menos do que o necessário. O resultado é que os primeiros cortes estão abaixo da média histórica e os mais avançados, acima. “Esse fato impede a manutenção da produtividade em altos patamares. Numa média de 10 safras, quando comparamos do primeiro para o quinto corte, há uma diferença de 27 TCH. Isso mostra o quanto o plantio influência nos ganhos, ou perdas, de produção.”

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Fonte: CanaOnline