O setor sucroenergético é contra o plantio de cana na Amazônia
29-03-2018

O setor pede a não aprovação do Projeto de Lei de nº 626/2011 que será votado pelo Senado e que dispõe do cultivo de cana na Amazônia Legal

Não, não é coisa de usineiro. Antes que ambientalistas e a sociedade responsabilizem o setor sucroenergético peloProjeto de Lei (nº 626/2011), que dispõe do cultivo de cana-de-açúcar nos biomas Cerrado e Campos Gerais situados na Amazônia Legal e que será votado pelo Senado, entidades representativas do setor como o Fórum Nacional Sucroenergético (FNS) e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) se apressaram a divulgar suas posições contrárias à essa medida.

Na tarde desta quarta-feira (28/03), o Fórum Nacional Sucroenergético, enviou um ofício ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, solicitando a não aprovação do mesmo projeto nº 626/2011.O comunicado assinado André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, explica que o FSN congrega as entidades de classe do setor produtor industrial da cana-de-açúcar, de açúcar, etanol e bioeletricidade, representando nacionalmente os interesses da indústria sucroenergética, atuando na defesa dos mercados dos produtos deste setor, bem como buscando as políticas adequadas para o seu crescimento sustentável.
E que neste contexto, a posição do FNS é contrária à aprovação do referido PLS. A entidade ressalta que deve ser respeitado o Zoneamento Agroecológico da cana-de-açúcar no País aprovado em 2009 através do Decreto 6.961, e quedeterminou áreas e regras para licenciamento de novas usinas, excluindo expansões em qualquer tipo de biomas sensíveis, como Amazônia e Pantanal, além de áreas de vegetação nativa. Segundo estudos que embasaram o Zoneamento, da área total do País, 64 milhões de hectares estariam aptos à expansão do cultivo com cana-de-açúcar. Deste total, a cultura ocupa hoje somente 10 milhões, ou seja, 1,2%.

A UNICA reforçou o seu posicionamento contrário aoPLS 626/2011. A entidade defende o cumprimento do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, salientando que essa orientação tem garantido o reconhecimento da sustentabilidade da indústria sucroenergética no Brasil e no exterior.Segundo a entidade, esse comprometimento, desde então, tem sido atestado pelo governo americano por meio do seu programa de biocombustível RenewableFuel Standard (RFS) e pela União Europeia, além de certificações internacionais, como Bonsucro. Estas conquistas são fundamentais para preservação do acesso dos derivados da cana aos principais mercados internacionais, colaborando, deste modo, para o desenvolvimento econômico e sociambiental do Brasil.

O comunicado do FSN destaca também queas condições edafoclimáticas do Bioma Amazônico nem sempre são as ideais para a cultura e que o aumento da produção de cana-de-açúcar no país se dará principalmente de forma vertical, por meio da adoção de novas práticas e tecnologias que aumentam a produtividade e longevidade dos canaviais, e não de forma horizontal, com aumento de área plantada. Observou também que, a permissão preconizada pelo PLS 626/2011 pode gerar um conflito totalmente desnecessário com os argumentos ambientalistas, fora das teses de conservação e preservação ambiental da modernidade, com as quais o setor sucroenergético é solidário.

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