O uso de diesel nas máquinas agrícolas aumenta a emissão de gases de efeito estufa na produção de etanol
29-05-2017

Frente de colheita de cana-de-açúcar: o diesel é o combustível que move as máquinas
Frente de colheita de cana-de-açúcar: o diesel é o combustível que move as máquinas

Mesmo com muitas vantagens ambientais, o processo de fabricação de etanol de cana também emite gases de efeito estufa. Um fator muito negativo era a queima da palha da cana. Mas, com a mecanização da colheita com cana crua, que já beira os 100% na região Centro-Sul do Brasil, responsável por mais de 90% da produção de cana no país, a prática da queima está quase eliminada, deixando o balanço de carbono da lavoura canavieira bem mais positivo.

No entanto, ainda há um ponto negro nessa escalada rumo às emissões zero de carbono na produção do etanol verde: a queima do diesel utilizado em caminhões, tratores e máquinas agrícolas. Esse fator aparece com um dos principais geradores de emissões no ciclo produtivo sucroenergético.É estimado que para cada litro de etanol produzido, cerca de 359 gramas de CO2 equivalente são emitidos à atmosfera, de forma direta ou indireta. Deste total, aproximadamente 65 gramas se devem exclusivamente àqueima do diesel utilizado nesses equipamentos.

Wilson Agapito, coordenador do Grupo de Mecanização do Setor Sucroenergético (Gmec), informa que a média do consumo dediesel numa operação produtiva de etanolno Brasil é de 107 litros por hectare, ou de 1,56litros por tonelada de cana. Isso significa que são consumidos porvolta de 190 MJ (Megajoules) de energia fóssil por tonelada de cana-de-açúcar, o que representa cerca de10% de toda energia renovável gerada.


A alternativa mais desejada pelo setor sucroenergético para substituir o diesel nas máquinas agrícolas é o etanol ou outro combustível oriundo da cana, salienta Agapito. Com isso, a cadeia produtiva do etanol teria sua pegada de carbono reduzida sensivelmente, e poderia se aproximar de um processo de ciclo fechado, ou seja, que não gera emissões líquidas deCO2 equivalente.

No entanto, as várias pesquisas que buscam alternativas para substituir o diesel em motores pesados, seja por etanol, seja por outro biocombustível, ainda não apresentaram uma solução comercial que seja economicamente viável. Por exemplo, no caso do uso de etanol, o consumo volumétrico de combustível acaba sendo superior ao do diesel de petróleo, uma vez que o poder calorífico do combustível verde encontra-se na faixa de 26 MJ/kg, e o do diesel é aproximadamente de 42MJ/kg.

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