OIA: 1ª estimativa para 2017/18 é superávit de 3 milhões de toneladas de açúcar
02-06-2017

A Organização Internacional do Açúcar (OIA) apresentou nesta quinta-feira, 1, pela primeira vez sua estimativa para o mercado global da commodity na safra 2017/2018, que terá início em outubro deste ano e terminará em setembro do ano que vem. Depois da expectativa de déficit do ciclo atual, a entidade acredita que haverá um superávit de cerca de 3 milhões de toneladas na safra seguinte. “Fornecemos nossas reflexões preliminares sobre os fundamentos do mercado em 2017/18”, escreveram os especialistas da organização, que tem sede em Londres, em relatório divulgado hoje.
Além de prever uma reversão do quadro da safra atual para a seguinte, a perspectiva da OIA é de que a oferta do produto continue acima da demanda também no ciclo seguinte. “Olhando para frente até 2018/19, se os produtores conseguirem manter a produção no nível projetado para 2017/18, a fase excedente pode continuar por mais uma temporada”, consideraram. Os especialistas acrescentaram que as previsões iniciais são baseadas em uma hipótese de condições climáticas normais em todos os produtores.
A OIA salientou no documento que, desde o início do ciclo 2016/17, em outubro do ano passado, tem sugerido que os fundamentos permanecem construtivos para os preços do mercado mundial durante a segunda temporada de um déficit estatístico significativo, com uma queda forte dos estoques globais. “Embora os preços tenham sofrido uma queda considerável, ainda são maiores do que nos primeiros quatro meses de 2016”, comparou a entidade.

Preços
De acordo com a instituição, o nível de 16 centavos de dólar por libra-peso (centavos/lb) negociado ultimamente parece permanecer não só atraente o suficiente para o Brasil, mas para o restante dos produtores. O documento lembra que o País é o principal driver do mercado mundial e que o novo patamar do preço do açúcar ainda é influenciado pela redução do valor da moeda nacional. “A OIA ainda acredita que qualquer redução adicional dos preços mundiais em resposta às expectativas de um possível retorno da oferta e demanda mundiais para um superávit estatístico modesto em 2017/18 pode ser compensada por um baixo nível de estoques que deve ser visto no início do próximo ciclo.”

A entidade enfatizou que, desde o relatório de fevereiro, os preços do mercado mundial permaneceram sob uma considerável pressão de baixa na medida em que aumentou a avaliação de um possível superávit estatístico global na próxima temporada. “Os valores de mercado para o açúcar bruto (o preço diário OIA) recuaram de cerca de 21,50 centavos/lb em meados de fevereiro para 15,43 centavos/lb em 27 de abril, o preço diário mais baixo por 12 meses”, comparou a instituição. A organização ressalta que, desde então, os preços se consolidaram em um intervalo relativamente estreito entre 15,24 centavos/lb e 16,80 centavos/lb.
Os preços do açúcar branco spot (Índice de Preços do Açúcar Branco OIA) apresentaram um comportamento semelhante, diminuindo de US$ 556,2 por tonelada no dia 21 de fevereiro para US$ 435,70 por tonelada em 5 de maio. “Em 30 de maio, o preço diário da OIA foi de 15,39 centavos/lb, enquanto o Índice de Preços do Açúcar Branco OIA atingiu US$ 430,85 por tonelada”, atualizou a entidade.