Os desafios do desenvolvimento varietal de cana-de-açúcar no Paraná
05-06-2015

Segundo Edelclaiton Daros, coordenador da Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), as variedades de cana-de-açúcar RB continuam sendo as mais cultivadas no país. 

Edelclaiton trabalha na Universidade Federal do Paraná, estado em que as variedades RB são de longe as mais plantadas. “Em 2014, o censo varietal indicou que as RB ocupavam 82% da área de cana”, diz.
Dos dez materiais mais plantados, oito são RB’s. A mais plantada é a RB 867515, com 47%. Em seguida vem a RB 966928.

MECANIZAÇÃO
Um desafio para o programa de melhoramento de cana no Paraná é o processo de mecanização da colheita. Segundo a legislação estadual, até 31 de dezembro de 2015 20% da área mecanizável do estado deverá ser colhida por máquinas. E esta proporção vai aumentando até a extinção completa da colheita por meio da queima no território paranaense.
“Por conta desse processo, o estado já está mecanizando muito rapidamente a colheita. Aliás, o plantio também já está neste processo de mecanização. Este cenário faz com que cresçam as pesquisas por variedade em função de um perfil varietal exigido pela colheita e pelo plantio mecanizados”, diz o coordenador da Ridesa.

CARVÃO
Mas os desafios do melhoramento de cana no Paraná não param por aí. Segundo Edelclaiton, existe uma grande preocupação no estado com relação ao carvão, a doença mais incidente nos canaviais paranaenses atualmente. “Percebemos que as variedades liberadas antes quase todas apresentam carvão, em maior ou menor intensidade. Além disso, o fato de o produtor plantar sem os devidos cuidados, sem, por exemplo, fazer tratamento técnico e rouging, fez com que aumentasse gradativamente o aparecimento do carvão”, explica. Por isso, hoje o Programa de Melhoramento de Cana-de-açúcar da Universidade Federal do Paraná tem um grande cuidado na liberação de variedades quanto à suscetibilidade ao carvão.
Em 2014, o Paraná não teve muito problema como a ferrugem alaranjada, mas foi um ano propício para o desenvolvimento da ferrugem marrom. Mas uma notícia boa é que o estado não tem tido problema com o Sphenophorus Levis, praga que tem dado muito prejuízo a algumas regiões do estado de São Paulo. “Pelo que temos visto, não tem Sphenophorus Levis no Paraná. Acredito que o bicho não gosta do frio”, comemora Edelclaiton.

Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.