Os períodos de plantio de MPB que geram maior taxa de multiplicação
12-12-2017

Plantio de MPB no sistema demeiosi ou cantosi é vantajoso o ano todo

Nilton Degaspari, gerente de desenvolvimento de mercado da BASF, empresa que oferece ao mercado o sistema AgMusa™ de muda de cana sadia, explica que o plantio de MPB pode ser feito o ano todo, em qualquer época, assim como o plantio comercial, mas nos períodos mais secos é fundamental a utilização de água, torta de filtro e vinhaça.

Dependendo do período que for realizado o plantio, Degaspari salienta que haverá diferenças na relação de formação de perfilhos, gemas e na taxa de multiplicação. Ele explica que para o plantio de MPB, o ano é dividido em quatro trimestres: o primeiro trimestre, que vai de janeiro a março, o plantio de 1 hectare com MPB vai gerar cana-muda para cobrir 8 hectares, é a conhecida relação 1:8. Já o plantio no segundo e terceiro trimestre, 1 hectare de MPB resultará em cana-muda para desdobrar em 16 hectares. E o plantio no quarto trimestre a relação é de 1:10. Ou seja, a plantio que gerará mais mudas é o que ocorre de abril a setembro, com taxa de multiplicação de 1:16.

“Muitos produtores têm receio de plantar MPB no período de inverno e esperam a época das chuvas para realiza-lo. Porém, observa-se que na prática, plantar no período seco é muito seguro, pois os dias são curtos e com temperaturas amenas, resultando em baixa evaporização. Além disso, os riscos de menor pegamento por falta de água podem ocorrer em qualquer época do ano, dependendo muito da região e textura do solo”, diz Degaspari.

PLANTIO DE MPB COM MEIOSI OU CANTOSI É VANTAJOSO O ANO TODO

Mas, agora estamos no período considerado 4º trimestre e logo chegará o primeiro trimestre, com plantios de MPB que apresentam menor taxa de multiplicação (1 x 8), mesmo assim, na visão de Degaspari, o uso de MPB em meiosi é muito vantajoso é deve ser realizado durante todo o ano. “Esse manejo de cultivo está consagrado, pois, ao realiza-lo, o produtor tem economia de mais de R$ 2 mil por hectare”.

Mauro Alexandre Xavier, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, pioneiro no desenvolvimento do MPB, também confirma que o plantio de MPB é vantajoso durante o ano todo. O Pesquisador lembra que o sistema envolve a formação de viveiros para multiplicação rápida de novos materiais de cana. É um método simples que pode ser adotado por pequenos produtores e associações, não ficando restrito às usinas. E que o MPB restaura os benefícios da formação de mudas em viveiros, contribuindo para reduzir as ocorrências de pragas e doenças na implantação do canavial por usar mudas sadias.

Xavier lembra também que o sistema de MPB oferece grande redução da quantidade de mudas que vai para o campo. No plantio convencional, um hectare de cana demanda de 18 a 20 toneladas de colmos, enquanto no sistema MPB o consumo cai para duas toneladas (que darão origem às mudas). "Isso significa que 18 toneladas que seriam enterradas como mudas irão para a indústria produzir etanol e açúcar, gerando ganhos", explica.

O Pesquisador observa que a partir de uma tonelada de cana, no sistema MPB, em um ano e meio pode-se chegar a uma área plantada entre 300 até 500 hectares. No plantio tradicional, a taxa de multiplicação ficaria em torno de 30 hectares para cada tonelada de toletes.
O plantio de MPB é feito em linhas espaçadas de 1,50m e 0,50m entre plantas. Os sulcos são mais rasos que o sistema tradicional de plantio e pode também ser substituídos por covas, geralmente, realizados mecanicamente.

Já o sistema de meiosi constitui no plantio de uma ou duas linhas de cana-de-açúcar com MPB (espaçadas a 1,5m), um espaço maior (próximo a 15m), o plantio de outras duas linhas com MPB e assim sucessivamente. Nos espaços de 15m entre as linhas de cana-de-açúcar, cultiva-se outra cultura (amendoim, soja ou girassol). Após sua colheita, utilizam-se dos colmos de cana-de-açúcar formados nas linhas duplas para plantar os espaços de 15m desocupados. A prática foi desenvolvida nos anos de 1980 por pesquisadores da Unesp de Jaboticabal, SP, mas foi com o advento da agricultura de precisão, que possibilita paralelismo nas linhas de plantio, que o método, nos últimos quatro anos, passou a ditar o ritmo do plantio de cana para a produção de mudas.
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