Para Jardim, governo erra ao reduzir previsão de oferta de etanol
04-07-2014

O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) criticou, nesta quinta-feira, a decisão de o governo cortar, no PDE 2023 (Plano Decenal de Energia), a previsão de oferta de etanol nos próximos 10 anos. De acordo com o PDE 2022, feito no ano passado, a oferta do biocombustível mais que dobraria, passando de 26,7 bilhões (2013) para 53,8 bilhões de litro (2022). Mas no PDE 2023, em fase de elaboração, a oferta no período de 10 anos a partir de 2014 foi reduzida de 27 bilhões (2014) para 48 bilhões de litros em 2023.

"O planejamento do governo era de crescimento do consumo de etanol, o que seria bom para a economia, para o meio ambiente e a geração de empregos. Mas, infelizmente, as previsões foram frustradas pelo próprio governo porque ele não foi capaz de criar condições para o crescimento da produção do biocombustível", lamentou Jardim, que preside a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético (Frente do Etanol).

Para Jardim, a decisão revela o descaso do governo com a produção do combustível "correto ambientalmente e economicamente viável". Segundo ele, o setor não cresce e está em crise pela total falta de estímulos e incentivos governamentais.

"A política equivocada de preços dos combustíveis no país, sobretudo da gasolina, afetou a competitividade do etanol. Em vez de reduzir a previsão de oferta, o governo deveria tomar medidas para fortalecer esse combustível", defendeu Jardim.


MP 647

Relator da Medida Provisória 647/2014 - que aumenta para 7% o percentual de biodiesel no óleo diesel -, Arnaldo Jardim disse que pretende aprovar na MP o aumento do teto da mistura de etanol à gasolina dos atuais 25 por cento para 27,5 por cento. "É uma forma de incentivar a produção de etanol e contribuir para a superação da crise que afeta o setor sucroenergético desde 2008", disse.