Percepção de menor disponibilidade de açúcar no curto prazo valoriza o produto no mercado externo, aponta relatório do Itaú BBA
10-07-2020

Atualmente, a combinação de o câmbio e telas futuras do VHP, sugerem preços do adoçante acima dos R$ 1.500/t na maioria dos contratos

Segundo o relatório AgroMensal produzido pelo Itaú BBA, o mês de junho foi marcado pela preocupação de disponibilidade do açúcar no mercado global. No Brasil, as incertezas giraram em torno da preocupação com o fluxo logístico do adoçante diante da competição dos canais de exportação como escoamento recorde da soja. Quanto à Índia, o final da safra com perdas acima de 20% na produção de açúcar e as dificuldades de embarques devido ao lockdown aplicado aumentou o risco de entregas do produto nos principais portos.

Essa percepção de uma menor disponibilidade no curto prazo fez com que os preços se movessem dos patamares de cUSD 11/lp no início do mês para acima dos cUSD 12/lp. Esses preços em NY combinando com o câmbio fez com que as cotações no porto superassem os R$1.400/tnomês.

Os fundos especulativos voltaram a apostar na alta do açúcar e agora estão com líquida posição comprada de 53 mil contratos frente à posição líquida vendida de 13 mil contratos no início de junho. •

No tocante ao andamento da safra do Centro-Sul, a maximização do ATR para o açúcar continuou ao longo de junho. Segundo a UNICA, o mix acumulado até a 1ª quinzena de junho foi de 46%, totalizando 10,6 milhões de toneladas de açúcar produzidas no período, o que contribuiu para elevação dos volumes de line - up dos navios e, consequentemente, da velocidade das exportações.

 Embora os preços do hidratado tenham apreciado ao longo de junho, a atratividade do açúcar continuou alta, o que ajuda a explicar a maximização da produção do adoçante. A média do hidratado equivalente em açúcar no mês de junho foi de cUSD10,03/lp enquanto a cotação média do açúcar foi de cUSD11,82/lp.

Do ponto de vista internacional, o período de entressafra asiática e a baixa disponibilidade de açúcar dos produtores da região (Índia e Tailândia) devido as quebras de produção pode abrir espaço à participação do adoçante brasileiro em importadores cativos desses países.

Olhando especificamente para a China, que nos últimos meses foi responsável por grande parte do aumento robusto das exportações do Brasil e retirou a taxa de salvaguarda do açúcar nacional, a nossa expectativa aponta para a continuidade de grandes volumes de importações. Os chineses tendem a aproveitar os patamares baixos dos preços para incrementar os estoques com o objetivo de minimizar os riscos de abastecimento caso tenha uma segunda onda de coronavírus.

Entretanto, altas mais significativas em USD dos preços do açúcar podem estar limitadas pela expectativa de redução do déficit global esperado da safra 20/21 diante do aumento da produção no Brasil e da perspectiva de recuperação da oferta indiana.

 Diante desse cenário, é importante estar atento as possibilidades de fixação dos preços futuros do açúcar em Reais. Atualmente, a combinação de o câmbio e telas futuras do VHP, sugerem preços do adoçante acima dos R$ 1.500/t na maioria dos contratos.

Fonte:  CanaOnline com informações do relatório AgroMensal Itaú BBA