Plantação de cana fica 75% menor que normal com seca, diz produtor
25-08-2014

Plantas chegaram a 50 centímetros, quando deveriam ter até 2 metros. 'A cada dia sem chuva, a preocupação aumenta', relata dono de lavoura.

Uma das plantações de cana-de-açúcar do produtor rural Gilmar Soave, que tem lavoura em Rio das Pedras (SP), ficou 75% menor do que o normal com a situação extrema da seca no estado. Dono de 200 mil metros quadrados de plantações, ele se assustou quando quase um quarto de sua plantação não se desenvolveu. Os problemas na safra de 2014 devem se repetir na safra do ano que vem, o que preocupa a todos os produtores da região.

Segundo o dono da lavoura, quatro hectares de cana-de-açúcar cresceram somente 50 centímetros, quando o esperado era que atingissem mais de dois metros. "Foram 10 meses para não crescer quase nada, o que provoca isso é a falta de chuva, sem água a cana não se desenvolve", explicou o produtor, que afirma que não sabe o que irá fazer com a plantação.

"As canas ficaram muito pequenas, nem sei o que elas vão render, sem contar que várias estão com pragas por conta da baixa resistência causada pela falta d'água", lamentou o produtor. Soave mostrou à reportagem o efeito da seca na cana. Quando os gomos da cana estão mais curtos, segundo ele, é porque não tiveram a hidratação ideal. Nos meses em que houve mais chuva, os gomos passam de 15 centímetros, quando não houve chuvas, os gomos ficam com menos de 10 centímetros.

De acordo com Soave, a cana "quebrada", como é chamada a planta que não se desenvolve, ocorreu em todas as plantações, e isso prejudicou muito as lavouras. "A situação dos produtores está complicada com o alto custo da produção e de venda, alguns nem vão conseguir adubar a terra para a safra do ano que vem, é triste", disse.

"Se não chover em 1 mês, mas chover bastantes, estaremos em apuros. Acredito que o homem não tem culpa dessa situação, essas secas acontecem, há 60 anos meu pai enfrentou problemas também, estamos sujeitos a isso", lamentou o produtor.

Outra renda
Soave afirmou que muitos produtores estão abandonando as lavouras. "Tem gente que vai ter que vender o sítio que pertence à família há gerações. Graças a Deus eu presto serviço para produtores, passo herbicida e adubo as terras, se não tivesse essa outra atividade, já teria quebrado", relatou o produtor rural. "Casa dia que não chove a gente se preocupa mais", disse.