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Plantio de Baixa Densidade de Gemas e plantio noturno de cana são algumas novidades de Edilson Maia

O produtor rural Edilson Maia, de Alagoas, é o entrevistado da jornalista Luciana Paiva, editora da CanaOnline

A plantadora de cana PBDG pode ser produzida para plantio de duas a seis linhas de cana, atendendo do pequeno produtor aos grandes grupos sucroenergéticos

O setor sucroenergético conta com seus “professores-pardais”, profissionais apaixonados pela agricultura, pela cana-de-açúcar e que se empenham no desenvolvimento de soluções para a sustentabilidade da cultura canavieira.

Esse é o caso do produtor rural Edilson Maia, precursor do plantio mecanizado em Alagoas. Maia, que também é vice-presidente da Federação da Agricultura de Alagoas, é cheio das novidades, como o descrevem seus conterrâneos.

Pois é, nos últimos tempos, o produtor-inventor desenvolveu a plantadora de cana PBDG (Plantio com Baixa Densidade de Gema). “Se em um plantio convencional, mecanizado ou semimecanizado, se gasta entre 18 e 22 toneladas de sementes por hectare, com a máquina PBDG, essa quantidade cai para 3,5 a 4,5 toneladas”, compara.

Segundo ele, a máquina pode reduzir em até 60% o custo de plantação da lavoura. “Hoje se gasta em torno de R$ 6 mil a R$ 9 mil para plantar um hectare de cana. Com a PBDG, o gasto passa a variar entre R$ 3.400 e R$ 4 mil.

Desta forma, o produtor pode ter o retorno do capital investido já no primeiro ano”, explica Maia. Outro benefício importante é o tempo de plantio. “O que durava em média uma semana no sistema convencional, acontece de forma instantânea com a PBDG, pois a plantadora executa cinco operações simultaneamente: sulca, aduba, semeia, faz a compactação e cobre. Isso também traz um ganho na parte hídrica, já que ela abre e fecha o solo em fração de segundos e evita perda de umidade. É como se ganhasse uma lâmina d’água no plantio”, observa Edilson.

A PBDG não só conquistou alagoanos e nordestinos, mas grupos do Centro-Sul, como a São Martinho, aderiram a tecnologia, que já está sendo exportada. Mais uma novidade introduzida por Maia é o plantio noturno de cana. “Com esse conceito, o plantio pode transcorrer durante às 24 horas do dia. Temos o plantio com uma plantadora de duas linhas, operando 24 horas por dia e alcançando resultados fantásticos, obtendo seis hectares dia, em média. Isso faz uma diferença muito grande. Sem o plantio noturno, seriam feitos apenas dois hectares por dia”, observa Maia.

A máquina, que foi adaptada para o trabalho noturno, faz seis ações simultâneas, são elas: fazer sulcos, colocar adubo, semear a cana, aplicar cupinicida, cobrir e compactar o solo para melhorar germinação). “Com este plantio já vai também todo o tratamento fúngico e químico. Nesta plantadora, as sementes são colocadas em tambores para o plantio, onde a cada metro são depositadas duas mudas nas linhas com uma profundidade de quatro a seis centímetros”, informou.

Confira a vídeo-entrevista com Edilson Maia.