Platts Kingsman reduz estimativa de produção de açúcar na Tailândia em 2014/15
23-07-2014

Apornrath Phoonphongphiphat

A consultoria Platts Kingsman reduziu sua previsão para a produção de açúcar da Tailândia em mais de 4 por cento para a temporada encerrada em setembro de 2015, mas manteve inalterada a estimativa de déficit global do produto, à medida que melhoraram as condições climáticas na Índia.

Uma menor produção na Tailândia, segundo maior exportador global, atrás apenas do Brasil, pode dar sustentação aos preços do açúcar na bolsa de Nova York, que caíram 6 por cento nos últimos três meses. A Kingsman disse, no entanto, que maiores estoques de passagem reduziriam os ganhos.

A empresa projetou a produção tailandesa em 2014/15 em 10,8 milhões de toneladas de açúcar, ante 11,3 milhões da previsão anterior, devido a um tempo ruim.

"A Tailândia está na temporada chuvosa, mas as precipitações estão abaixo do esperado e essa seca pode reduzir produtividades", disse Jonathan Kingsman, diretor de agricultura da Platts Kingsman.

"Não alteramos nossa estimativa para o déficit global. Se houver alguma revisão, poderemos reduzir o número para a Tailândia", disse ele à Reuters no intervalo de uma conferência em Bangcoc, nesta terça-feira.

A previsão da Platts Kingsman para a safra tailandesa está alinhada com a de operadores e indústrias, de 10 milhões a 11 milhões de toneladas. Não há estimativa oficial da Tailândia para 2014/15.

A consultoria reiterou a previsão de um déficit global de 2,1 milhões de toneladas de açúcar em 2014/15, depois de quatro anos de excedente, mas acrescentou que os riscos de produção no Brasil e na Índia continuam.

"As chuvas de monções (na Índia) estão se recuperando, mas ainda há um longo caminho. Não iremos revisar o número da Índia. No entanto, a produção ainda está em risco", disse o especialista.

A previsão da Platts Kingsman para a produção da Índia é de 25 milhões de toneladas e do Brasil de 34 milhões de toneladas, em 2014/15.

O analista não vê uma alta expressiva nos preços, devido aos estoques globais.

"Os estoques estão enormes e nós estimamos que esse excedente disponível limite qualquer movimento de alta dos preços", disse.

Ele aumentou em 12 por cento a estimativa de estoque global ao final da temporada 2013/14, para 4,8 milhões de toneladas.