Pragas discretas, danos profundos: pulgões, saúvas e lagarta-elásmo desafiam a produção de cana-de-açúcar
29-07-2025

De ameaças invisíveis a inimigos noturnos, especialistas alertam sobre a importância do manejo e reconhecimento precoce das principais pragas nas lavouras

Por Andréia Vital

O cultivo da cana-de-açúcar enfrenta desafios silenciosos e persistentes. Durante o InsectShow – Pragas Estranhas, realizado pelo Grupo IDEA em Ribeirão Preto- SP, nos dias 23 e 24 de julho, Luiz Carlos de Almeida, diretor da Entomol Consultoria Manejo de Pragas, destacou três ameaças recorrentes que afetam a produtividade: os pulgões, as formigas cortadeiras (saúvas) e a lagarta-elásmo. Apesar de pequenas, essas pragas têm potencial para comprometer safras inteiras, exigindo atenção redobrada e estratégias integradas de controle.

Saúvas: os exércitos subterrâneos silenciosos

As formigas cortadeiras, especialmente as saúvas, continuam sendo um desafio no campo. Com ninhos profundos e organização complexa, são formadas por operárias estéreis (jardineiras, cortadeiras, soldados) e indivíduos sexuados que abandonam o ninho durante o voo nupcial para fundar novas colônias.

Identificar a espécie da saúva pode ser feito até pelo cheiro: ao pressionar uma formiga e sentir aroma de limão, trata-se da saúva-limão. Entre as espécies mais comuns estão a saúva cabeça de vidro (vermelha e brilhante), a saúva mata-pasto (esférica, com módulo plano) e atta capiguara, entre outras.

Seu ciclo completo dura cerca de 65 dias, com metamorfose completa. O controle pode ser feito com iscas granuladas (de fácil aplicação, mas menos eficazes em época de chuva) ou inseticidas líquidos, com aplicação direta nos olheiros.

Elásmo: a lagarta elétrica que salta e ataca plantações jovens

Conhecida como lagarta Elásmo ou lagarta elétrica, a praga de nome científico Elasmopalpus lignosellus ataca principalmente plantas jovens de cana em solos arenosos e regiões secas. O inseto prefere condições de alta temperatura e estiagem, com maior incidência após queimadas que estimulam a brotação.

A lagarta é ágil e difícil de capturar, saltando ao menor estímulo. Seu ciclo é de 30 a 60 dias, com 3 a 5 gerações por ano. Uma única fêmea pode depositar até 121 ovos.

Os danos incluem a secamento da gema apical; a facilidade na retirada do “coração morto” da cana e falhas de brotação e desuniformidade dos perfilhos, afetando o desenvolvimento do canavial

Entre as principais medidas de controle, estão: garantir boa brotação; evitar a queima do penaldiol; irrigação em períodos secos; aplicação de inseticidas específicos e manejo da colheita em áreas com histórico de infestação

Pulgões: pequenos, velozes e devastadores

Distribuídos pelas Américas, África, Ásia e Austrália, os pulgões são velhos conhecidos dos agricultores. No Brasil, destacam-se três espécies principais: Melanaphis sacchari, Rhopalocifum maís e Siphaflava, todas amplamente presentes nas lavouras.

Identificar corretamente essas espécies é crucial. Segundo os especialistas o Melanaphis sacchari tem tons verde-azulados escuros. O Rhopalocifum maís é mais amarelado, sem tons de verde e o Siphaflava apresenta coloração verde-amarelada.

Apesar de medir apenas 1,5 a 2 mm, esses insetos sugam a seiva das plantas com seu aparelho bucal picador e sugador, excretando uma substância adocicada chamada melada, que pode originar a mela e favorecer fungos. Além de causarem murcha e secamento das folhas, comprometem a fotossíntese e transmitem doenças como o mosaico.

Seu ciclo reprodutivo é impressionante: por partenogênese (reprodução sem machos), uma fêmea pode gerar até 10 ninfas por dia, completando de 3 a 4 gerações por ano. O controle natural inclui a presença de inimigos como joaninhas, estafilinídeos, carabídeos e canelas além do uso de inseticidas seletivos e, em muitos casos, da própria chuva.

Alerta ao produtor: conhecer é o primeiro passo para combater

O evento reforçou a importância da identificação correta das pragas e do uso de estratégias combinadas de manejo. A negligência pode custar caro, principalmente em culturas de grande valor econômico como a cana-de-açúcar.

O manejo preventivo, a observação do campo e o conhecimento das condições climáticas e do solo são aliados fundamentais no combate a essas pragas silenciosas que, embora pequenas, trazem grandes prejuízos.

Seja com a chuva, o inimigo natural ou o inseticida correto, o segredo está na vigilância constante e no manejo inteligente.

O cultivo da cana-de-açúcar enfrenta desafios silenciosos e persistentes. Durante o InsectShow – Pragas Estranhas, realizado pelo Grupo IDEA em Ribeirão Preto- SP, nos dias 23 e 24 de julho, Luiz Carlos de Almeida, consultor da Entomol Consultoria, destacou três ameaças recorrentes que afetam a produtividade: os pulgões, as formigas cortadeiras (saúvas) e a lagarta-elásmo. Apesar de pequenas, essas pragas têm potencial para comprometer safras inteiras, exigindo atenção redobrada e estratégias integradas de controle.

As formigas cortadeiras, especialmente as saúvas, continuam sendo um desafio no campo. Com ninhos profundos e organização complexa, são formadas por operárias estéreis (jardineiras, cortadeiras, soldados) e indivíduos sexuados que abandonam o ninho durante o voo nupcial para fundar novas colônias.

Identificar a espécie da saúva pode ser feito até pelo cheiro: ao pressionar uma formiga e sentir aroma de limão, trata-se da saúva-limão. Entre as espécies mais comuns estão a saúva cabeça de vidro (vermelha e brilhante), a saúva mata-pasto (esférica, com módulo plano) e atta capiguara, entre outras.

Seu ciclo completo dura cerca de 65 dias, com metamorfose completa. O controle pode ser feito com iscas granuladas (de fácil aplicação, mas menos eficazes em época de chuva) ou inseticidas líquidos, com aplicação direta nos olheiros.

Conhecida como lagarta Elásmo ou lagarta elétrica, a praga de nome científico Elasmopalpus lignosellus ataca principalmente plantas jovens de cana em solos arenosos e regiões secas. O inseto prefere condições de alta temperatura e estiagem, com maior incidência após queimadas que estimulam a brotação.

A lagarta é ágil e difícil de capturar, saltando ao menor estímulo. Seu ciclo é de 30 a 60 dias, com 3 a 5 gerações por ano. Uma única fêmea pode depositar até 121 ovos.

Os danos incluem a secamento da gema apical; a facilidade na retirada do “coração morto” da cana e falhas de brotação e desuniformidade dos perfilhos, afetando o desenvolvimento do canavial

Entre as principais medidas de controle, estão: garantir boa brotação; evitar a queima do penaldiol; irrigação em períodos secos; aplicação de inseticidas específicos e manejo da colheita em áreas com histórico de infestação

Distribuídos pelas Américas, África, Ásia e Austrália, os pulgões são velhos conhecidos dos agricultores. No Brasil, destacam-se três espécies principais: Melanaphis sacchari, Rhopalocifum maís e Siphaflava, todas amplamente presentes nas lavouras.

Identificar corretamente essas espécies é crucial. Segundo os especialistas o Melanaphis sacchari tem tons verde-azulados escuros. O Rhopalocifum maís é mais amarelado, sem tons de verde e o Siphaflava apresenta coloração verde-amarelada.

Apesar de medir apenas 1,5 a 2 mm, esses insetos sugam a seiva das plantas com seu aparelho bucal picador e sugador, excretando uma substância adocicada chamada melada, que pode originar a mela e favorecer fungos. Além de causarem murcha e secamento das folhas, comprometem a fotossíntese e transmitem doenças como o mosaico.

Seu ciclo reprodutivo é impressionante: por partenogênese (reprodução sem machos), uma fêmea pode gerar até 10 ninfas por dia, completando de 3 a 4 gerações por ano. O controle natural inclui a presença de inimigos como joaninhas, estafilinídeos, carabídeos e canelas além do uso de inseticidas seletivos e, em muitos casos, da própria chuva.

Confira: 

 

Fonte: canaOnline