Preparando o colaborador para a inovação no setor sucroenergético
12-04-2021

As inovações tecnológicas estão presentes do céu ao solo, e o setor sucroenergético precisa preparar os seus colaboradores para tirar o melhor delas
As inovações tecnológicas estão presentes do céu ao solo, e o setor sucroenergético precisa preparar os seus colaboradores para tirar o melhor delas

As inovações são primordiais para o melhor desempenho do setor, porém, não basta adquiri-las, é preciso preparar os colaboradores para aceitá-las e aproveitar o potencial que oferecem

A cada dia, surgem no mundo mais e mais inovações. “Elas estão presentes em todos os setores econômicos e em qualquer segmento da sociedade. Muitas vezes, achamos que a inovação precisa ser grandiosa para ter resultados e impacto, no entanto, são nas pequenas mudanças que vamos construindo uma nova cultura e os processos vão se modificando. Uma pessoa faz uma pequena mudança em um processo que pode gerar ótimos resultados e impactar todas as demais áreas com quem tem interface. É uma cadeia onde todos se beneficiam”, explica Leandro Neves, Head de RH, Comunicação e Responsabilidade Social da Biosev.

Leandro observa que no setor sucroenergético não é diferente, a inovação pode estar tanto nos processos administrativos, como nos industriais e nos agrícolas, impactando estrategicamente o negócio. “Sua importância, portanto, está na possibilidade de aprimorar as estruturas internas, os produtos desenvolvidos e a competitividade das empresas no mercado. Não há como desassociar a inovação de um crescimento consistente, sustentável e de longo prazo.”

As inovações estão presentes em todos os setores econômicos e em qualquer segmento da sociedade”, diz Leandro

Para Valeska Nunes, consultora da Ação Consultoria e Treinamentos ou o setor sucroenergético inova ou perderá mercado. “Não há dúvida que a dinâmica e competitividade está atrelada a adoção de novas tecnologias nas áreas agrícola, industrial e, também, na manutenção dentro das usinas.”

A Consultora salienta que a indústria 4.0 e a transformação digital são realidades presentes no dia a dia do sucroenergético, que precisa alavancar sua produtividade, garantir a segurança dos trabalhadores, reduzir custos de produção e tudo isso de modo sustentável e, imprescindivelmente, mantendo a saúde financeira e o crescimento. Com tantos desafios assim, será necessário, cada vez mais, profissionais qualificados, bem preparados, que pensem no negócio e saibam resolver problemas, simples e complexos, tratando tudo com protagonismo e senso de dono.

As soluções tecnológicas são inúmeras, reforça Valeska, “o governo oferece linhas de financiamento, para a aquisição de novos projetos, como a implantação de redes de internet, para monitoramento dos processos agroindustriais, também, as startups, empresas privadas e universidades, oferecem apoio com pesquisas e participação técnica.”

Não há dúvida que a dinâmica e competitividade está atrelada a adoção de novas tecnologias”, salienta Valeska

Assim, tudo parece caminhar, porém, a Consultora pergunta: “Estamos preparando os nossos colaboradores, para mudar seu mindset e nossa liderança, para fomentar o protagonismo e o senso de dono das equipes, para construirmos uma cultura de inovação, em todas as áreas da empresa ou quando o assunto é inovação encaramos como um privilégio, apenas, de um certo núcleo de colaboradores?”.

Segundo Valeska, essa pergunta merece uma profunda e verdadeira reflexão, para saber o caminho que o sucroenergético pretende seguir.

AS PESSOAS E AS INOVAÇÕES

Leandro salienta ser primordial o papel das pessoas para o sucesso das inovações. “Sem pessoas não temos inovação, não temos troca de experiências e muito menos acertos e erros. O desenvolvimento constante dos nossos colaboradores para atuação no agronegócio é muito importante, pois o setor é responsável por grande parte da economia do país, representando aproximadamente 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e boa parte das exportações. É também um campo repleto de oportunidades de investimentos, desenvolvimento, novidades tecnológicas e geração de empregos.”

Não basta adquirir inovações, é preciso preparar os colaboradores para aceitá-las

O Executivo lembra que a Biosev é um dos mais importantes players de produção de etanol, açúcar e energia limpa. “Nossa matéria-prima é a cana-de-açúcar e nós somos responsáveis por toda cadeia de negócio, desde o plantio da muda até o desenvolvimento do produto final. Sem um time sintonizado, bem-preparado e aberto para a inovação demoraríamos muito mais tempo para atingir os resultados esperados.”

A Biosev implementou a cultura de Gente & Gestão, que valoriza pessoas como o seu principal ativo. “Entendemos que a área é essencial no engajamento e motivação dos colaboradores em relação ao trabalho e ao dia a dia da operação. É ela quem pensa nas ações e estratégias desde a identificação e recrutamento do profissional até o desenvolvimento completo de sua carreira internamente.

Nosso papel é dar ao colaborador um ambiente propício para o desenvolvimento de suas atividades, além, é claro, de estimular que ele trilhe sua carreira de forma satisfatória para ele e para a Companhia”, conta Leandro.

Algumas dessas ferramentas usadas neste processo são:

  • Avaliações e acompanhamento de desempenho, com conversa com os gestores e feedback com o próprio profissional;
  • Investimento em clima organizacional com campanhas internas de engajamento e ações que motivem os funcionários;
  • Garantir que não haja sobrecarga de trabalho e que todos estejam desempenhando suas atividades de acordo com as práticas trabalhistas corretas, para viabilizar o bem-estar e saúde do funcionário;
  • Oferecer capacitações, por meio de treinamentos, cursos e palestras; e, acima de tudo, valorizar cada um deles, para que se sintam motivados para dar o seu melhor.
  • Investimento em comportamentos seguros e a busca por tomar decisões que preservem a vida e outros ativos. A segurança, um dos valores da empresa, é uma prioridade para a companhia.

A CULTURA DA INOVAÇÃO

Ter um time sintonizado não se resume em treinar e qualificar os profissionais para trabalharem com as inovações, é preciso desenvolver a cultura de inovação

Divulgação Biosev

Ter um time sintonizado não se resume em treinar e qualificar os profissionais para trabalharem com as inovações, é preciso desenvolver a cultura de inovação. Segundo Valeska, essa ação possibilita uma série de benefícios, para as organizações, como por exemplo: a melhoria de produtos e serviços, a otimização de processos e a alavancagem dos lucros e da competitividade.

A Consultora explica que a sustentação deste cenário se dá por meio da construção de um ambiente que promova a proatividade dos colaboradores para oferecerem ideias inovadoras.  Nesse processo, o papel da liderança, é a base para que o envolvimento de todas as pessoas dentro da organização se concretize.

“Precisamos considerar que os investimentos não podem ser alocados somente para os projetos, mas também para a preparação das equipes, que vão atuar neste novo cenário, afinal elas precisam ter as habilidades necessárias, para lidarem com as novas metodologias e ferramentas, que auxiliam no processo criativo. Toda essa transformação causa encantamento pelas novas possibilidades, mas também causa desconforto, pois há receio de que as inovações tirem os empregos de muitos profissionais, por isso há urgência de capacitar as equipes para absorverem as novas demandas, assim uma abordagem comportamental, na preparação dos colaboradores, também é essencial, para obter sucesso nesse propósito de inovar”, observa Valeska.

Leandro não tem dúvida de que na Biosev a cultura da inovação está sendo buscada e construída há algum tempo. “Nenhuma empresa se torna inovadora de um dia para o outro, é uma construção conjunta, uma mudança geral de mentalidade. Por exemplo, temos um Programa de Gestão de Pessoas, o Entrenós, que reúne um grupo de líderes de todas as unidades, numa agenda em comum para fortalecer a cultura organizacional e também desenvolver projetos com foco no nosso objetivo estratégico de ser uma empresa cada vez mais segura, eficiente e rentável.”

As pessoas são essenciais para a implementação das inovações

Divulgação Biosev

Outra iniciativa da Biosev apontada pelo Executivo é o Programa Empreender que reúne colaboradores, de todas as áreas, em comitês de ideias, para colocar em prática aquelas observações, sugestões e inovações que contribuam para impulsionar o desenvolvimento da companhia.

“O banco de ideias é algo simples, mas com um retorno efetivo, já que estamos ouvindo e estimulando as pessoas do dia a dia de uma área ou processo a nos contar o que pode ser melhorado ou como acham que poderíamos fazer algo da nossa rotina de forma diferente. Além disso, realizamos um grande diagnóstico com base em nossos indicadores e mapeando inovações e tecnologias que possam ser ajustadas ou implementadas”, explica Leandro.

OS DESAFIOS PARA IMPLEMENTAR A CULTURA DA INOVAÇÃO

O novo, normalmente, assusta. E no caso das inovações tecnológicas os maiores receios dos profissionais é não conseguir “dominá-las” ou, pior ainda, perder o emprego para elas. “É muito comum em nossos treinamentos ouvirmos lamentações quando falamos em automação, pois os colaboradores imediatamente fazem alusão à redução de posições de trabalho, ao invés de enxergarem a possibilidade de desenvolvimento profissional, assim como a ampliação da sua empregabilidade”, diz Valeska.

Inovar por inovar não faz nenhum sentido, por isso é preciso gerar ganhos substanciais em relação a qualidade, tempo, custo e sustentabilidade, para a atividade

Divulgação Biosev

A Consultora conta que os programas de desenvolvimento, realizados pela Ação Consultoria e Treinamento, salientam o quanto é fundamental o papel da liderança nesse processo. “O líder deve ser o embaixador de todo o processo, deve buscar o comprometimento, estar ciente de todas as informações necessárias para suportar essa proposta de mudança e, sobretudo, deve estar preparado para desenvolver suas equipes, para desempenharem com eficiência e estarem alinhados com as novas tecnologias e tendências, buscando melhorar sempre.

Leandro acredita que todas as empresas que buscam a inovação possuem desafios, um deles é tratar a inovação como um tema de todos. O Executivo salienta que, para o desenvolvimento de uma cultura de inovação é fundamental que ela seja tratada de forma estratégica em toda companhia. Uma cultura de inovação faz com que todos os seus colaboradores, da alta direção até as áreas operacionais, sejam incentivados a encontrar as melhores e mais inovadoras formas de resolver problemas. “Na Biosev temos grupos de trabalho que atuam diretamente com análise e avaliação de ideias inovadoras, estudos de novas tecnologias de mercado etc.”

Outro obstáculo levantado por Leandro é criar um ambiente aberto e propício para a criatividade. Nesse sentido, sua orientação é oferecer treinamentos e programas com uma visão aberta à novas ideias que possibilite a participação das pessoas, sem medo de submeter ideias ou sugestões. “Os colaboradores devem se sentir confortáveis em apresentar suas propostas.”

Mais uma sugestão do Executivo é estimular a colaboração interna, por ser uma peça-chave para que a inovação aconteça. “A cooperação entre as áreas da empresa é essencial, pois cada uma delas tem sua expertise e um olhar único sobre um mesmo problema. Quando existe troca de visões e experiências, elas se complementam e formam um espaço para a criação de novos meios de se trabalhar.”

NA PRÁTICA, POR ONDE COMEÇAR A APLICAR A CULTURA DA INOVAÇÃO

Na Biosev, o radar na inovação constante já faz parte de seu dia a dia

Divulgação Biosev

Inicialmente, Valeska sugere estimular a escuta, promover ações que beneficie a explanação de novas ideias e integração das equipes, em seguida é necessário investir em capacitação, oferecendo cursos e palestras, investindo no aprendizado de metodologias ágeis, buscando, sempre que possível, boas práticas do sucroenergético, através da realização de benchmarking. Importante ressaltar que não devemos ficar somente focados em movimentos internos, a participação em eventos com empresas do mesmo setor é primordial para a troca de informações e divulgar-se como empresa inovadora.

“Vale ressaltar que é muito importante ter pessoas de várias áreas do negócio envolvidas e ter um plano estratégico, objetivo e sólido que possibilite mensurar os resultados obtidos em relação as metas da empresa. Lembre-se: Inovar por inovar não faz nenhum sentido, por isso é preciso gerar ganhos substanciais em relação a qualidade, tempo, custo e sustentabilidade, para a atividade”, salienta a Consultora, complementando ser necessário considerar a divulgação dos projetos e seus resultados. “Comunicar os resultados, além de contribuir para a solidificação da cultura de inovação, também motiva as equipes a prosseguirem incansavelmente na busca de melhoria.”

Segundo Leandro, na Biosev, o radar na inovação constante já faz parte de seu dia a dia. A empresa conta com um Centro Administrativo e de Tecnologia e Inovação (CTI), espaço em que são desenvolvidas iniciativas e práticas com foco na inovação e no desenvolvimento tecnológico. No local, também são realizados encontros e atividades visando desenvolver nossos colaboradores e fomentar projetos inovadores. O CTI está instalado nas dependências da Unidade Santa Elisa (Sertãozinho - SP).

Além do CTI, a Biosev mantém convênios e parcerias com institutos de pesquisa e universidades, o que nos permite ter acesso a novas tecnologias e a desenvolvimentos, como novas variedades de cana-de-açúcar, técnicas agrícolas inovadoras, avanços em automação de processos e outros aprimoramentos.

Outro exemplo de aplicação da inovação é o Biosev Forms, aplicativo que corresponde a uma plataforma on-line na qual são disponibilizados formulários e checklists eletrônicos, sendo possível, durante o preenchimento pelo usuário, o compartilhamento de fotos e textos, entre outras facilidades. A plataforma amplia a velocidade da troca de informações, integrando as oito unidades agroindustriais e o escritório corporativo, contribuindo com o meio ambiente uma vez que não há mais uso de formulários físicos em papel.

A empresa conta ainda com uma tecnologia de monitoramento à distância, o Certificado Digital de Cana (CDC), que é um aplicativo que utiliza informações do computador de bordo, com inteligência geográfica embarcada, para integrar a comunicação entre caminhão, transbordo e colhedora, registrando informações como local e horário da colheita, além dos códigos de cada máquina. Oferece maior transparência, rastreabilidade, confiabilidade, segurança e eficiência nas operações de colheita e apontamento do campo até a moenda, eliminando a intervenção humana na captação de informações.

A cooperação entre as áreas da empresa é essencial

Divulgação Biosev

A DISSEMINAÇÃO DA CULTURA DA INOVAÇÃO PRECISA SER CONSTANTE

Leandro ressalta que o resultado da prática da cultura da inovação vem em longo prazo. “Temos diversos projetos em andamento e na safra 2019/2020, conduzimos 35 projetos de inovação, pesquisa e desenvolvimento, com um investimento de R$ 17,7 milhões. Falar de inovação tem que ser uma constante e, como disse antes, uma pauta de toda companhia.”

 Valeska chama a atenção para um ponto importante: “Nunca devemos esquecer que uma empresa é um ser orgânico, feito de gente, e gente é, por natureza, resistente as mudanças, poucos se sentem motivados a saírem da zona de conforto, as pessoas estão habituadas a realizar suas tarefas de uma forma e são intolerantes às transformações, portanto é fundamental reforçar - sempre - através dos líderes, em uma comunicação interna assertiva e, também, através das ações de aprendizagem, e divulgação da  tecnologia e da capacidade inovadora como essenciais para a melhoria da qualidade, da produtividade e da segurança do trabalhador.”

A Consultora finaliza com a frase de Tom Peters, um escritor e economista americano especializado em práticas de gestão de negócios: “Para a empresa excelente, a inovação é a única coisa permanente.”

Então, mãos à obra!

Fonte: CanaOnline