Produção de gasolina no Brasil avança no 1º tri com perda de competitividade do etanol
02-05-2016

A produção de gasolina nas refinarias brasileiras cresceu 8,4 por cento entre janeiro e março, ante os mesmos meses de 2015, ao acompanhar um ligeiro aumento das vendas do combustível fóssil, que ganhou no período competitividade em relação ao seu principal concorrente, o etanol hidratado.

No primeiro trimestre, o Brasil produziu 42 milhões de barris de gasolina A (pura), informou nesta sexta-feira a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Para vender aos consumidores finais, a gasolina A é acrescida de etanol anidro para a produção de gasolina C, vendida nos postos de combustíveis em todo o país. A gasolina C concorre com o etanol hidratado no abastecimento de carros flex.

As vendas de gasolina C avançaram 1,4 por cento entre janeiro e março ante um ano antes, para 66,13 milhões de barris, ganhando competitividade em relação ao etanol hidratado, cujas vendas recuaram 12,3 por cento na mesma comparação, para 21,9 milhões de barris, segundo dados da ANP.

Em março, a produção de gasolina A foi ainda mais importante, com avanço de 17 por cento, ante o mesmo período do ano passado, para 14,42 milhões de barris.

A vantagem do combustível fóssil teve a contribuição do aumento dos preços do etanol nos postos, em período em que a oferta do biocombustível é menor. Agora a safra do centro-sul já está em desenvolvimento, que tende a pressionar as cotações do etanol.

Em quatro semanas de março, em todas as regiões do país, o preço do etanol hidratado estava, em média, acima de 70 por cento o valor da gasolina, tornando o combustível renovável desvantajoso para consumo.

Já a produção de diesel, importante termômetro da atividade econômica do país, caiu 4,7 por cento nos primeiros três meses do ano, para 75,44 milhões de barris. Em março, houve queda de 3,7 por cento, para 24,64 milhões de barris ante um ano antes.

Marta Nogueira e Jeb Blount