Produtores de cana e usinas aprovam a contribuição da RIDESA/UFSCar ao setor
16-09-2014

Convênio com o PMGCA permite acesso a novas variedades, mais modernas, com maior potencial produtivo e adaptadas às diferentes situações de manejo.

Osucesso do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) da RIDESA/UFSCar, com sede noCentro de Ciências Agrárias da universidade, em Araras, SP, deve-se, fundamentalmente, às parcerias que a instituição estabeleceu. Hoje o PMGCA da UFSCar tem 172 associações e empresas conveniadas, e por isso se destaca dentro da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) como um dos principais fornecedores das variedades RB.

Os representantes das entidades de fornecedores de cana e executivos de usinas reconhecem a importância da RIDESA/UFSCar no desenvolvimento de novas variedades que atendam às necessidades do produtor. Para o presidente da Canaoeste/Orplana, Manoel Ortolan, a introdução de novas variedades é fundamental, principalmente pela decadência dos materiais utilizados em cultivo intensivo. "Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas variedades pelos programas de melhoramento genético tem contribuído significativamente para o aumento da produtividade agrícola, da qualidade da matéria-prima e, consequentemente, para o crescimento do setor", disse.

Sobre o convênio com a RIDESA/UFSCar, Ortolan destaca que o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar "possibilita à Canaoeste introduzir, nas áreas de seus produtores associados, novas variedades, mais modernas, com maior potencial produtivo e adaptadas às diferentes situações de manejo, e desta forma, auxiliá-los a aumentar a rentabilidade das suas lavouras".

Já o presidente da Assovale (Associação Rural Vale do Rio Pardo), Tomaz de Aquino Lima Pereira, considera o PMGCA da RIDESA/UFSCar um "refúgio" para os pequenos e médios fornecedores de cana-de-açúcar. O empresário e produtor rural, ferrenho defensor de ações que possam contribuir com a qualidade de vida e condições de trabalho dos fornecedores de pequeno e médio portes, é um entusiasta da proposta da RIDESA/UFSCar. Para ele, o importante não é a quantidade de variedades apresentadas ao mercado, mas sim, a qualidade.

"Fui muito bem recebido pelo Hermann (Hermann Hoffmann, coordenador do PMGCA da RIDESA/UFSCar) e acredito na forma como a RIDESA trabalha. Lá há um conceito de se trabalhar com menos variedades comerciais, porém com maior certeza de rusticidade e resistência a doenças", observa. Tomaz afirma, no entanto, que nada adianta ter uma variedade de cana robusta e resistente, se não há o devido manejo no campo. Ele critica a desvalorização dos pequenos fornecedores, os quais, caso fossem valorizados, poderiam tratar a lavoura de uma forma mais correta, tirando inclusive melhor proveito das variedades disponíveis.

O gerente agrícola da Pitangueiras Açúcar e Álcool (PITAA), Eduardo Prezinhas, afirma que o convênio com o PMGCA da RIDESA/UFSCar permite que os profissionais da área agrícola da usina estejam sempre atualizados sobre novas variedades, adequadas e engajadas às necessidades da empresa. Em contrapartida, o gerente destaca que a usina colabora para as transformações e adequações das variedades de cana. "No nosso sistema de produção o mais importante é a qualidade da matéria-prima", destaca.