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Profissionais da Umoe Bioenergy adaptam colhedora de cana para corte de Meiosi

A Umoe Bioenergy, localizada em Sandovalina – SP, conta aproximadamente com 40 mil hectares de terras cultivadas com cana-de-açúcar. Sua gestão é alinhada com as boas práticas do setor sucroenergético e os mais recentes avanços tecnológicos, tanto que a empresa realiza colheita de seu canavial de forma 100% mecanizada desde 2013.

Outra prática sustentável adotada pela Umoe é o sistema de plantio por Meiosi - (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente) que consiste no plantio de linhas de cana intercaladas por culturas como amendoim, soja, milho ou adubação verde como a crotalária. Este ano, a área de renovação de cana da Umoe foi de 7 mil hectares, dos quais 3.437 hectares foram por meio do plantio por Meiosi, as culturas rotacionais foram soja e milheto.

Já é tradição no setor sucroenergético o empenho de seus profissionais no sentido de desenvolverem alternativas para aprimorar o desempenho das operações e, com isso, reduzir custos de produção, pisoteio nas linhas de cana, menos impurezas, redução de perdas, melhor qualidade da matéria-prima. Não é à toa que a vivência do dia a dia, a observação e o conhecimento desses profissionais são essenciais para que as montadoras de máquinas e implementos agrícolas aperfeiçoem seus produtos.

Na Umoe não é diferente, uma das recentes alternativas desenvolvidas para a melhoria das operações surgiu do empenho de profissionais das áreas de manutenção e gestão de plantio. E o foco foi a colheita mecanizada das linhas-mãe da Meiosi. Eles realizaram uma adaptação em uma colhedora de cana John Deere 3522, para que colhesse a cana cortando a base, triturasse as pontas e deixasse no solo a cana praticamente inteira e não em toletes, como corre na colheita normal.

Ângelo Melo, gestor de Processo Agrícola da Umoe, um dos envolvidos nesse projeto, conta o processo consiste na retirada do trem de rolo da colhedora, assim como o elevador. O extrator primário foi mantido, porém não é utilizado. “Mantivemos o rolo levantador e o primeiro rolo móvel, mas foram emborrachados para não danificar o corte de mudas. Também tem talisca de borracha nas canelas do corte de base, tudo isso para manter a qualidade da muda. Na dianteira da colhedora foi colocada um peito de chapa lisa para esquivar a cana, não tem nenhum rolo na frente da máquina para medir a cana, para tudo ser o mais simples e eficiente possível”, explica.

A colhedora adaptada para corte de Meiosi, segundo Ângelo, aumenta o rendimento de mão de obra em 20% em média. “Normalmente, a colheita das linhas-mãe é feita manualmente e cada colaborador colhe em média 2.350 metros, com a colheita realizada pela máquina, a média sobe para 2.820 metros. Outro benefício é que reduz o índice de acidentes, uma vez que a maioria ocorre no corte da cana-muda”, observa.

Com o corte manual das linhas de Meiosi, na Umoe são utilizadas 3,5 diárias por hectare, com a colheita da máquina passou a ser 3 diárias por hectare. “Isso apenas na desdobra, depois tem recobrição, que vai mais 1 diária por hectare, aqui não temos equipe de acabamento de carreador, pois trabalhamos o sistema de borda”, explica Ângelo.

O plantio adotado na Umoe tem o espaçamento de 90 cm x 1,5 m, a colhedora adaptada colhe a cana que fica sobre a linha, os colaboradores colocam as mudas nos sulcos. A Meiosi é feita com duas linhas de cana, prevendo uma taxa de multiplicação de 1x8. Para quem acha que o corte mecânico das linhas de Meiosi vai aumentar o pisoteio e, assim a compactação do solo, Ângelo ressalta que esse método é o menos danoso se comparado aos outros sistemas de plantio. Já que na Meiosi, a linha-mãe é considerada como muda, e é distribuída na área, de acordo com a proporção de taxa de desdobra. E apenas um equipamento transita sobre a linha de muda.

No plantio mecanizado, a colheita é feita por colhedora e tem o caminhão transbordo ou o trator com o transbordo circulando na área. E no corte manual são utilizados a carregadora e o caminhão fueiro. Esse protótipo de colhedora de cana para Meiosi foi desenvolvido em 2021 pelos profissionais da Umoe e teve a participação do Ângelo, do Alexandro Chaves, coordenador Agrícola e Paulo Sérgio, coordenador de Manutenção.

Mesmo com o bom resultado apresentado, eles querem mais, e vão realizar melhorias, talvez com algo relacionado ao sistema de despontador. O que se sabe é que para o próximo ano, ao invés de uma colhedora para Meiosi, a Umoe contará com duas e ainda mais elaboradas.

 Fonte: CanaOnline