‘Programas como o RenovaBio podem salvar o mundo do aquecimento global’
27-12-2019

Além dos benefícios ambientais e para a saúde humana, o RenovaBio tem ainda vantagens socioeconômicas, já que a política vai aumentar a renda per capita dos municípios onde uma usina é instalada em US$ 1 mil por ano

Por Agência Safras

A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) é uma das medidas encontradas pelo governo e setor produtivo para redução de emissões do setor de transportes e, consequentemente, para o atingimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris.

A nova lei permitirá aumento da capacidade de produção de biocombustíveis e, com isso, redução das emissões de dióxido de carbono (CO2). O RenovaBio também significa aumento na sustentabilidade do setor sucroenergético.

A redução de emissões de gases do efeito estufa representa também a melhora na qualidade do ar das cidades brasileiras. De acordo com o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Miguel Ivan Lacerda, o RenovaBio é  um grande programa estruturante para a captura de carbono por meio de plantas.

“A minha visão sobre o RenovaBio é que ele vai salvar o mundo do aquecimento global. Não só o RenovaBio no Brasil, mas diferentes estímulos de políticas como o RenovaBio pelo mundo todo”, disse Miguel Ivan.

Com o RenovaBio, haverá, até 2030, a redução de 11% na intensidade de carbono da matriz energética nacional. Essa redução, segundo o ministério, vai representar o equivalente a cinco bilhões de árvores plantadas.

No meio ambiente, diminuir as emissões de CO2 significa reduzir o aumento da temperatura terrestre, a acidificação de rios e florestas e a formação de chuvas ácidas.

Para a saúde humana, a redução desse gás pode resultar na minimização de problemas como irritação nos olhos e nas narinas, além de danos no sistema respiratório que podem levar, por exemplo, ao câncer de pulmão.

Setor sucroenergético

Além dos benefícios ambientais e para a saúde humana, o RenovaBio tem ainda vantagens socioeconômicas. Essa política vai aumentar a renda per capita dos municípios onde uma usina é instalada em US$ 1 mil por ano. Nas cidades onde há plantio de cana, o incremento de renda per capita por ano é de cerca de 400 dólares.

“Com o RenovaBio, deixamos a fase de ser um negócio sustentável, para ter a sustentabilidade como negócio e, daqui para frente, o  que teremos com o programa é uma redução de CO2 on demand. Nós, que começamos produzindo açúcar, depois partimos para o etanol e bioeletricidade, agora temos no portfólio do setor sucroenergético, a partir de janeiro de 2020, um serviço de redução de emissões, de geração de créditos de carbono”, afirma o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi.

Além disso, uma maior produção de biocombustíveis vem acompanhada do potencial de criação de 1,4 milhões de novos postos de trabalho até 2030, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).