Protesto de ex-funcionários da Dedini para produção em Piracicaba
18-01-2017

Manifestação em frente a Dedini da Vila Rezende (Foto: Mateus Medeiros)
Manifestação em frente a Dedini da Vila Rezende (Foto: Mateus Medeiros)

Representantes dos trabalhadores se reuniram com diretoria da empresa.

Grupo de manifestantes reivindica pagamento dos direitos trabalhistas.

Um protesto de ex-funcionários da Dedini Indústrias de Base S/A, em Piracicaba (SP) parou a produção da empresa nesta terça-feira (17). Os manifestantes reivindicam o pagamento de direitos trabalhistas que estão atrasados.

A manifestação ocorreu após cinco representantes do movimento se reunirem com a diretoria da metalúrgica na matriz da empresa, na manhã desta terça-feira. Sem acordo entre as partes, os trabalhadores se dirigiram à unidade da empresa no bairro Vila Rezende, onde inciaram o protesto.

Segundo informações do ex-funcionário Ismael Juliano Aliberto, de 37 anos, a produção no local parou no turno da tarde e da noite desta terça-feira. A Polícia Militar acompanhou o manifesto que foi pacífico.

Demitido em agosto de 2015, Aliberto trabalhou por dez anos na empresa e desde o desligamento não conseguiu recolocação no mercado de trabalho. “Eles me demitiram porque eu estava com problema nas costas. Sem dinheiro, porque não consigo trabalho, e sem a rescisão, tenho contato com a ajuda de familiares. No início, usei o dinheiro do Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço (FGTS) que estava depositada. Mas estava atrasado há cinco anos. Também não recebi os 40% de multa e não sei ao certo o valor que tenho a receber”, diz.

José Eduardo da Silva, de 34 anos, também demitido em agosto de 2015, atuou por 14 anos como torneiro mecânico na metalúrgica. Ele relata que a empresa não tem cumprido o que foi acordado judicialmente.

“Por três meses, eles me pagaram um pouco mais de R$ 1 mil por mês. Depois, pararam de pagar. Quando houve a aprovação da Recuperação Judicial, o acordo foi de pagar R$ 12.500 e o restante da rescisão em um ano”,

“Desde então, não recebi nada. Ainda falta R$ 40 mil do que tenho a receber e eles tem depositado, por mês, na conta dos ex-funcionários, R$ 300. Isto é um tapa na cara dos trabalhadores. A minha sorte é que já estou com outro emprego”, conta.

De acordo com os ex-funcionários, após manifestação que durou até o fim da tarde, foi fechado acordo entre trabalhadores e empresa. "A Dedini concorou em pagar R$ 2 mil agora, para os demitidos que assinaram a lista de presença da manifestação hoje e outros R$ 2 mil no mês de fevereiro. No meu ponto de vista, isto é errado", afirma Ismael Juliano Aliberto.

Dedini

Em nota enviada ao G1, a Dedini Indústrias de Base diz que os R$ 12.500 citados como pagamento para ex-funcionários constituem uma simulação feita em setembro de 2016, de rateio de recurso de R$ 15,8 milhões e que esse recurso, relativo a valor depositado em juízo, da arrematação de imóvel da empresa, ainda precisa ser liberado pelo juiz da recuperação judicial.

O comunicado ainda diz que a empresa está buscando todas as alternativas possíveis para solucionar as questões trabalhistas com os ex-funcionários.