Quem tem açúcar para vender?
20-01-2016

Aumenta demanda por açúcar brasileiro e há falta no mercado

Nos últimos dias, a redação da CanaOnline recebeu várias ligações de empresas que comercializam açúcar para o mercado externo solicitando contato de usinas que tenham açúcar bruto para vender. As informações que levantamos é que o principal destino é a China, a entrega deve ser no curto prazo e que os interessados estão com dificuldade para encontrar o produto.

Fatores como: a diminuição do estoque mundial de açúcar, o aumento do consumo na China, maior comprador global, e previsões de quebra na produção de cana da Índia e da própria China, estão agitando o mercado. Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria, salienta que a queda da bolsa na China e a redução de investimentos do país não tem afetado a importação de commodities alimentícias.

Outro ponto que beneficia o açúcar brasileiro, é que o baixo preço do petróleo, combinado com outros fatores (como a desaceleração na China), vem levando a forte queda no preço do transporte marítimo. Na semana passada, o frete da tonelada de açúcar de Santos para Taiwan (República da China) chegou a ser cotado em US$18,14, quase metade de um ano atrás e 77% abaixo do início de 2014.

A maior distância do Brasil para os maiores importadores de açúcar em relação aos principais competidores neste mercado significa que a queda no preço do frete aumenta a competitividade do produto nacional.Considerando o mercado chinês, o VHP brasileiro chegava com custo de US$439/t no começo de 2014, 5,4% mais caro que o equivalente tailandês. Já no patamar de preços da última quinta-feira, o produto do Brasil chegaria neste mercado cotado a US$350/t, 2% mais barato que o seu concorrente.

O frete marítimo mais barato não foi a único fator melhorando a competitividade das usinas brasileiras. Com a disparada no dólar em relação ao real, o custo do frete rodoviário interno caiu consideravelmente quando cotado na moeda americana. Apesar do preço desta modalidade de transporte ter subido em média 17% desde o começo de 2014, a desvalorização cambial levou o preço em dólares a cair 30%.
O frete rodoviário tem influência mais direta sobre a remuneração das usinas, uma vez que estas empresas são normalmente as que arcam com este custo.

Combinado estas duas mudanças, nos fretes marítimo e rodoviário, a participação do transporte no preço do VHP brasileiro colocado na Ásia caiu de 25% para 12% no caso do produto de Ribeirão Preto e de 31% para 17% considerando o açúcar goiano.

Ambas mudanças devem aumentar a rentabilidade obtida pelas usinas com a exportação de açúcar. Em suma, a queda no custo do transporte pode acabar aumentando a participação do açúcar no mix produtivo, o que deve ser mais notável nos estados mais distantes dos portos (onde tradicionalmente a produção é mais alcooleira) uma vez que estes serão mais beneficiados pelo frete barato.

Veja mais informações na revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, basta baixar GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.