Reflorestamento não é um processo barato, sem os cuidados necessários o investimento pode ser perdido
14-12-2017

Após o plantio, é vital que haja uma manutenção da área por, no mínimo, três anos

Plantar árvores passou a fazer parte da atividade canavieira, que necessita (até mesmo por lei) implantar matas ciliares, área de preservação de nascentes, áreas de preservação e assim por diante. Muitas usinas e associações de produtores têm viveiros de mudas, outras compram mudas para complementar a sua cota de plantio anual, outras compram 100% das mudas que necessitam.

Mas o serviço vai muito mais além de plantar as mudas. É preciso garantir a manutenção do reflorestamento.Matheus Pinto Vieira, sócio proprietário da Florestal Casa da Árvore, empresa especializada em produção de mudas e implementação de reflorestamentos, explica que é muito comum as usinas contratarem os serviços de preparo da área, plantio e manutenção da floresta plantada. “O reflorestamento não é um processo barato, sendo que se as usinas não derem a devida atenção, o investimento todo é colocado em xeque”, afirma Vieira. Para ele, o alto risco e a falta de equipes próprias estão entre os principais fatores que levam a grande maioria das unidades agroindustriais a optar pela contratação de seus serviços. “O foco das usinas não são as árvores, mas a cana. Todos os esforços são direcionados para ela. Por conta disso, preferem terceirizar o serviço, que ficará com melhor qualidade, isentando-as de preocupação.”

Vieira explica que tudo começa com a escolha do tipo de preparo de solo que será realizado, que ocorrerá em função das características do terreno. Nas áreas tratoráveis, o primeiro processo consiste em uma análise de solo para que a aplicação de corretivos possa ser feita em função das necessidades da área. Em seguida, é realizada uma abertura de linha com subsolagem profunda de 60cm a 80cm visando facilitar o enraizamento e o arranque das plantas. Há ainda um controle de forrageiras em pré-emergência e adubação da linha de plantio. Já nas áreas cuja topografia impede a entrada de tratores, utiliza-se perfuradores de solo próprios para plantios florestais que impedem a formação de lâminas no solo, que dificultam o processo de enraizamento. “Independentemente da área, temos condições de realizar o plantio em qualquer época do ano, embora seja mais viável fazê-lo no período chuvoso, de novembro a março no Centro-Sul.”

Após o plantio, é vital que haja uma manutenção da área por, no mínimo, três anos. “A manutenção é fundamental para o sucesso do reflorestamento. Se apenas plantarmos e, logo em seguida, deixar essa floresta a mercê da natureza, a taxa de perda poderá atingir 100%. A floresta tem que ser tratada com uma cultura”, ressalta Vieira.

Entre os processos realizados durante o período de manutenção, destacam-se o replantio dos indivíduos que morrem, a adubação de cobertura e o controle de mato competição e de formigas e cupins. “A partir do quarto ano, entregamos essa floresta para a natureza, pois ela já estará apta a se expandir de forma natural e constante.”

Veja mais informações no site – www.florestalcasadaarvore.com.br