RenovaBio deve derrubar preço de biocombustíveis e estimular a demanda
30-11-2017

O RenovaBio visa estimular a produção de biocombustíveis em todo o país, criando uma política específica para o setor pelos próximos dez anos

Para o gerente de economia e análise setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Luciano Rodrigues, o setor canavieiro tem plena capacidade de se expandir para atender a demanda interna, mas precisa primeiramente de um mecanismo de previsibilidade, que possa garantir que os investimentos realizados não sejam desperdiçados. “É necessária uma diretriz clara de longo prazo instituindo qual o real papel do etanol na matriz energética brasileira e quais serão os mecanismos para corrigir e quantificar as externalidades negativas dos combustíveis fósseis.”

Ele afirma que, se nada for feito, o Brasil continuará importando gasolina, o que não faz sentido em um país que tem potencial para aumentar a produção interna de energia renovável e cumprir os acordos da COP 21. “O RenovaBio é a solução que faltava.”

O programa citado por Rodrigues, intitulado de RenovaBio, visa estimular a produção de biocombustíveis em todo o país, estabelecer metas nacionais de redução de emissões para a matriz de combustíveis e criar uma política específica para o setor pelos próximos dez anos.

Os benefícios para o segmento canavieiro serão muitos. O aumento na produção, além de reduzir os preços ao consumidor final e estimular a demanda, movimentará toda uma indústria de base, pois investimentos, seja no campo ou na indústria, serão mais do que necessários.

Outro aspecto positivo a ser proporcionado pelo RenovaBio é a melhora da balança comercial nacional, já que o objetivo é diminuir a importação de combustíveis, o que dará maior estabilidade à economia. “Ao se aumentar a importação, a capacidade de produção interna seria colocada em xeque, dessa forma, o programa define as estratégias para o país suprir suas necessidades.”

Luciano Rodrigues explica que uma das características do projeto é buscar a precificação das emissões de carbono. Uma vez criado, o único papel que caberá ao governo será a fixação de metas de redução de emissões de carbono.

Para ele, o RenovaBio é um mecanismo para corrigir as externalidades que não são codificadas pelo mercado de maneira inteligente. “Caso aprovado, teremos uma diretriz clara para nortear investimentos e estímulos absurdos para ganho de eficiência. Agora, cada tipo de combustível será valorado pelo seu grau de descarbonização, ou seja, quanto mais ambientalmente correto ele for, maior será seu valor e, consequentemente, maiores prêmios serão gerados na forma de certificações que ajudarão a reduzir o custo de produção. Isso cria estímulos para que todo o setor produtivo busque técnicas que gerem produtos mais sustentáveis, que reduzam a emissão de gases de efeito estufa e que, no final do dia, agreguem mais valor as propriedades.”

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